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06/07/2007 - 15h43

Oposição critica recondução de Rondeau para Minas e Energia

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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

A oposição criticou a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconduzir o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, ao cargo. Ele pediu demissão depois das acusações de que teria sido beneficiário de uma propina de R$ 100 mil da empreiteira Gautama.

Para o DEM e o PSDB, o retorno de Rondeau é uma maneira do presidente agradar a cúpula do PMDB no Senado --que teve sua imagem desgastada com a crise política que atinge o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Tuca Vieira/Folha Imagem
Silas Rondeau deve retornar ao governo após ser acusado de receber propina; ele nega
Silas Rondeau deve retornar ao governo após ser acusado de receber propina; ele nega

"O presidente da República pode muito, só não pode pairar sobre a ética, a moral e até a Justiça", afirmou o líder do DEM na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS). "Há tantos nomes competentes que podem ser indicados como ministro, por que tem de ser ele [Rondeau]?", questionou.

O assunto vai ser levado à tribuna do plenário da Câmara na próxima semana. Segundo o líder do PSDB na Casa, Antônio Carlos Pannunzio (SP), a recondução de Rondeau soa como um deboche à opinião pública e à sociedade. "É um acinte. Não tem outra palavra para definir essa decisão do presidente da República. É mais um escárnio que o presidente Lula demonstra ter com a opinião pública", disse o tucano. "Ele [Lula] deveria ao menos esperar a conclusão do inquérito policial sobre o assunto", reiterou.

Para Pannunzio, a nomeação de Rondeau é uma maneira de satisfazer o grupo dos senadores José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros --que é alvo de denúncias por quebra de decoro. É que o ex-ministro está na cota de indicações de Sarney e Renan.

Até integrantes da base aliada criticam o convite a Rondeau antes do final das investigações. O líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR), sugeriu que o governo aguarde o fim das apurações para reconduzi-lo ao cargo. "Ele [o presidente Lula] deveria reconduzi-lo após o fim das investigações, a não ser que ele tenha informações seguras de que não há envolvimento algum [do ex-ministro nas denúncias]", afirmou Castro.

Independentemente da polêmica, peemedebistas dão como certa a recondução de Rondeau já na próxima terça-feira. Até domingo, Lula pretende conversar com o ex-ministro e oficializar o convite.

Os recados sobre a intenção para que Rondeau retorne ao governo, ocupando novamente o Ministério de Minas e Energia, foram transmitidos em conversas variadas pelos ministros Tarso Genro (Justiça) e Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais).

Máfia das obras

A suposta máfia das obras foi desarticulada pela Operação Navalha, da Polícia Federal. O dono da empresa Gautama, Zuleido Veras, é acusado de liderar o esquema de pagamento de propinas para autoridades públicas.

A Operação Navalha chegou a prender 48 pessoas. Entre os detidos estavam o deputado distrital Pedro Passos (PMDB); o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares (PSB); o filho do ex-governador João Alves Filho (DEM-SE), João Alves Neto; dois sobrinhos do governador Jackson Lago (PDT-MA) --Alexandre de Maia Lago e Francisco de Paula Lima Júnior--; além dos prefeitos de Sinop, Nilson Aparecido Leitão (PSDB-MT), e de Camaçari, Luiz Carlos Caetano (PT-BA).

A quadrilha atuava no Distrito Federal e em nove Estados --Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão e São Paulo-- infiltrada nos governos federal, estadual e municipal.

Segundo a PF, a quadrilha desviou recursos do Ministério de Minas e Energia, da Integração Nacional, das Cidades, do Planejamento, e do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes).

Para obter vantagem nas licitações para obras públicas, a empresa pagava propina e dava presentes para as autoridades envolvidas.

 

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