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19/04/2002 - 18h40

Verticalização embaralha eleição no Rio e pode gerar cisões partidárias

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MURILO FIUZA DE MELO
da Folha de S.Paulo, no Rio

A manutenção da verticalização das coligações embaralhou o quadro sucessório no Rio e deve criar graves cisões em partidos grandes, como o PMDB. Lideranças regionais do partido reagiram com irritação ao apoio explícito do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Cabral Filho, ao presidenciável do PSB, Anthony Garotinho.

"O PMDB repudia qualquer jogo de espertezas. Não aceitamos esses caminhos sinuosos, de candidaturas laranjas ou coligações brancas", afirmou o presidente regional do PMDB, Moreira Franco.

Durante almoço em comemoração ao aniversário do ex-governador do Rio, ontem, Cabral Filho declarou, para uma platéia de cerca de 350 pessoas, que não só votará em Garotinho como estará disposto a fazer uma aliança branca com o PSB no Estado, apoiando a candidatura da ex-primeira-dama Rosângela Matheus.

Segundo Moreira, em Estados eleitoralmente fortes, como Rio, São Paulo e Minas Gerais, o PMDB terá candidatura própria ou buscará reproduzir, se for sacramentada, a aliança nacional com o PSDB.

No Rio, os peemedebistas podem apoiar o líder do governo no Senado, o tucano Arthur da Távola, ou lançar o advogado e ex-deputado Marcelo Cerqueira como candidato. Na aliança com os tucanos, o PMDB teria direito a uma das vagas ao Senado. O nome mais cotado é o de Cabral Filho.

Além das negociações com os peemedebistas, os tucanos já têm praticamente certo o apoio do PPB. Eles ainda tentam atrair o PFL. O prefeito do Rio, Cesar Maia, maior líder do partido, porém, defende a candidatura própria. A tese do prefeito é a de que, sem candidato a presidente, o PFL deverá ter, necessariamente, um nome ao governo do Estado, sob pena de ver reduzida a sua bancada de deputados.

Mas Maia também não se furta a conversar com outros partidos em busca de possíveis alianças. Na última segunda-feira, ele se encontrou por duas horas com o ex-governador Leonel Brizola (PDT).

O pedetistas já ofereceram a vice ao PFL na chapa do candidato da frente trabalhista (PDT-PPS-PTB), o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira, e ainda podem ceder uma das vargas para o Senado.

Apesar de ser adversário do pré-candidato José Serra (PSDB), no plano nacional, Cesar Maia ainda mantém boas relações com o PSDB fluminense. Távola, de quem é amigo, foi seu secretário de Cultura antes de assumir a liderança do governo no Senado. "Queremos ter o PFL do nosso lado", afirma o ex-governador Marcello Alencar, presidente regional do PSDB.

No PSB, a verticalização jogou o PL nos braços de Rosinha. O presidente regional do partido, bispo Rodrigues, já declarou que apóia a ex-primeira-dama. Em troca, os liberais vão indicar o cantor e bispo Marcelo Crivella, da Igreja Universal do Reino de Deus, para o Senado.

Já o PT seguirá com o seu aliado tradicional, o PC do B. A governadora Benedita da Silva concorrerá à reeleição e deverá ter como vice a deputada federal Jandira Feghali.

"Defendemos a unidade das oposições, mas, se ela não acontecer, vamos apoiar o candidato de oposição com melhores condições para ganhar a eleição. Neste momento, este candidato é o Lula", afirma o coordenador político do PC do B fluminense, deputado estadual Edmílson Valentim.
 

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