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06/08/2007 - 07h16

Pereira deixa hoje comando da Infraero; presidente da AEB assume

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da Folha Online

O presidente da Infraero (estatal que controla os aeroportos), brigadeiro José Carlos Pereira, será demitido oficialmente nesta segunda-feira, durante reunião do Conac (Conselho de Aviação Civil). A vaga de Pereira será ocupada pelo ex-deputado Sérgio Maurício Britto Gaudenzi, atual presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira), que deve tomar posse ainda hoje.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou no último sábado que haverá renovação completa na estatal. "A nomeação do Sérgio foi uma decisão exclusivamente minha, não tem nenhuma participação partidária. Foi exatamente dentro do critério de gestão, um técnico altamente competente", afirmou. "Evidentemente que a tendência é a renovação completa da Infraero", reiterou.

De saída, Pereira afirmou à Folha Online que teve momentos "horríveis" durante sua passagem pela Infraero. Ele disse ainda encarar muito bem sua saída e que, com a crise aérea, "alguém tinha que ser demitido".

"O ministro [da Defesa, Nelson Jobim] não queria me demitir. Mas disse a ele, 'tudo bem, alguém tem que ser demitido, a sociedade quer uma demissão'. Quem mais seria? A Aeronáutica? A Anac?", questionou.

Pereira disse também que no comando da Infraero passou por situações difíceis e classificou como "terríveis" os momentos que passou durante os dois grandes acidentes aéreos neste período. Em 29 de setembro do ano passado, um Boeing da Gol colidiu com um jato Legacy da Embraer e caiu em uma região de mata fechada em Mato Grosso, matando 154 pessoas. No dia 17 de julho deste ano, um Airbus da TAM com 187 ocupantes colidiu contra o prédio da TAM Express, próximo ao aeroporto de Congonhas. Os mortos podem chegar a 200.

O brigadeiro afirmou que algumas ações positivas foram feitas, "mas ninguém vê", como os embarques e desembarques dos participantes do Pan e do Parapan, no Rio. "Nossa equipe trabalhou muito, foi muita dificuldade, milhares de atletas, mas deu tudo certo", afirmou.

"Feliz, pessoalmente, eu não fui. Não passei três dias sem receber uma intimação de algum órgão controlador externo pedindo explicações em três ou quatro dias. E nada disso tinha a ver comigo. Foi horrível", afirmou.

Sobre o trabalho que realizou, disse que fez o possível e que "é difícil ser juiz de si mesmo", mas que o governo deve avaliar os pontos positivos. "Fiz o que pude." O brigadeiro disse que ainda não definiu o que fará no futuro. "Mas eu quero muito distância do poder público."

Currículo

Novo presidente da Infraero, Gaudenzi, 65, é filiado ao PSB. Foi secretário da Fazenda da Bahia durante o governo de Waldir Pires (1987-1989), ex-ministro da Defesa, e ficou amigo de Nelson Jobim na Câmara, na legislatura de 1991 a 1995.

A Infraero é a estatal que cuida da infra-estrutura de 67 aeroportos, 84 unidades de apoio e 33 terminais de carga. Em 2006, arrecadou R$ 2 bilhões em taxas e concessão de espaços comerciais. Desde 2003, tem mais de 80 processos no TCU (Tribunal de Contas da União).

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