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Pugilistas cubanos afirmam à polícia que foram dopados e presos
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ANDRÉA MICHAEL
VALDO CRUZ
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em depoimento à Polícia Federal, os pugilistas cubanos Guillermo Rigoundeaux e Erislandy Lara, que desertaram durante o Pan do Rio e que retornaram ao país na noite de sábado, afirmaram que saíram da vila para fazer compras e foram dopados e mantidos presos em uma apartamento em Copacabana.
Nos depoimentos, tomados pela PF nos dias 3 e 4, não há citação de que eles desertaram depois de receber proposta de empresários para se transferirem para a Alemanha, versão divulgada logo depois que os dois abandonaram a equipe.
Os dois atletas alegam ter saído da vila para comprar um videogame e que teriam sido abordados por duas pessoas, identificadas por eles como Michel e Alex, que saberiam onde comprar um aparelho "barato".
Depois de comprarem num shopping, disseram que foram levados a um bar. "No percurso, Alex portava uma mochila com bebidas alcoólicas e energéticos", que teriam sido oferecidos aos atletas.
Os boxeadores afirmam que recusaram a bebida alcoólica, mas aceitaram os energéticos. Nesse ponto, sugerem que teriam sido dopados, pois dizem que chegaram ao "mencionado bar apresentando tonteira".
Depois, teriam sido levados ao apartamento de Michel, em Copacabana, quando teriam solicitado para voltar à vila do Pan. Dizem inclusive que Lara recebeu ligação em seu celular de Luís Mariano, chefe da inteligência cubana. Mas Michel teria tomado dele o celular e destruído o aparelho.
Depois, acabaram indo para Araruama, onde foram localizados pela polícia depois de terem sido, em suas versões, abandonados por Michel e Alex, que não pagaram as despesas de R$ 2.200 da pousada.
Quanto à transferência para a Alemanha, eles disseram que tomaram conhecimento que "Michel já havia levado boxeadores da Venezuela para Alemanha", mas não há referência se teriam recebido proposta.
No depoimento, está registrado que foi oferecido aos dois refúgio, mas eles recusaram. Num segundo depoimento, a PF fez questão de registrar que eles manifestaram de "livre e espontânea vontade seu desejo de voltar a Cuba". Nesse depoimento, os boxeadores dizem ainda que foram eles que teriam solicitado a um pescador para acionar a polícia.
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