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Advogados de envolvidos com o mensalão contestam denúncia
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O advogado Marcelo Leal de Lima, que defende os ex-deputados Pedro Corrêa (PP-PE) e José Janene (PP-PR), admitiu hoje que um dos atos de seus clientes pode ser questionado moralmente, mas nem por isso objeto de acusação criminal. Ambos são acusados de envolvimento com o mensalão, de acordo com denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República. A denúncia está sendo julgada a partir desta quarta-feira no STF (Supremo Tribunal Federal).
"Pode se discutir até sob ponto de vista moral, mas não criminal", afirmou Lima. Ele se referiu a um empréstimo de R$ 700 mil feito pelo PP e concedido pelo PT nacional. De acordo com o advogado, o dinheiro seria utilizado para pagar a defesa do ex-deputado Ronivon Santiago, embora a denúncia contra ele tivesse sido motivada pelo PT no Acre. Daí a análise que fez sobre as diferenças entre moral e crime.
Corrêa e Janene são acusados de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O advogado rebateu todas as denúncias, considerando-as improcedentes. Ele pediu que o STF rejeite as acusações.
Em nome do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), o advogado Alberto Toron responsabilizou a imprensa pela suposta distorção de informações que cercam seu cliente. Assim como outros advogados, Toron chamou a denúncia do Ministério Público de "peça de ficção". De acordo com ele, o petista fez uma gestão independente, enquanto ocupava a presidência da Câmara, afastando a hipótese de favorecer licitações.
O advogado José Roberto Leal de Carvalho se disse em "crise cívica". Em defesa do ex-ministro Luiz Gushiken, ele alegou indiretamente que as denúncias contra seu cliente eram sem fundamento.
"O Estado leviano é alguma coisa gravíssima. Houve a deturpação da prova. Nós não temos de ficar fugindo da realidade para agradar. Para agradar a imprensa já foram distribuídas ações", afirmou Carvalho, referindo-se a ações relacionadas às investigações sobre o mensalão.
Os ministros do STF, durante o julgamento, vão decidir se aceitam ou não a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra os acusados de envolvimento no mensalão. A decisão pode ocorrer na sexta-feira.
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