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29/08/2007 - 08h13

Governador de Roraima teme violência em terra indígena

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JOSÉ EDUARDO RONDON
da Agência Folha

O governador de Roraima, Ottomar Pinto (PSDB), disse ontem temer que haja violência no interior da terra indígena Raposa/Serra do Sol (área de 1,7 milhão de hectares no nordeste do Estado) quando for feita a retirada da população não-índia que está no local.

O prazo para a retirada total dos não-índios da terra venceu em abril de 2006. Ontem a Folha informou que a Polícia Federal pretende completar a retirada em setembro.

"Pode haver violência na região. Sobretudo por parte dos plantadores de arroz. Afinal, aquilo representa todo o investimento da vida deles. Eu temo", disse Ottomar Pinto.

O tucano é contrário à retirada dos arrozeiros da terra indígena. Ele declarou que o governo federal deveria "conversar mais com a sociedade local" antes de completar a retirada.

"Estamos plantando, colhendo. Temos que manter a produção. Se chegarem usando a força, iremos resistir. Aí será a luta do cidadão, não do arrozeiro, defendendo o seu Estado", disse Paulo César Quartiero, um dos arrozeiros e liderança contrária à homologação contínua da terra indígena.

O presidente Lula assinou, em 15 de abril de 2005, o decreto que homologou como terra indígena a reserva. Na área vivem cerca de 15 mil índios das etnias macuxi, taurepangue, ingaricó, uapixana e patamona.

Com a decisão, a população não-índia precisou ser realocada. Estimativa da Funai (Fundação Nacional do Índio) apontara que, antes da homologação, viviam na área cerca de 350 famílias não-índias.

A homologação de forma contínua (sem enclaves não-índios) era defendida por parte dos indígenas que vivem na área, ONGs ligadas à igreja e a Funai. Entre os opositores estão os arrozeiros, o governo estadual e parte dos índios.

Antes de a área ser homologada, houve protestos de arrozeiros e índios contrários à homologação. Em 2004, acessos a Boa Vista foram fechados por manifestantes e três missionários foram seqüestrados após o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ter anunciado a homologação como terra contínua da área.

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