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Luiz Dulci diz que julgamento de mensalão não atinge o governo
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) afirmou nesta quarta-feira que o fato de o STF (Supremo Tribunal Federal) ter acolhido denúncias de envolvimento com o mensalão contra petistas e ex-colaboradores do governo não atinge a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, o governo "já foi julgado nas urnas democraticamente", recebendo "aprovação consagradora".
"O governo já foi julgado nas urnas democraticamente e recebeu uma aprovação consagradora do povo brasileiro. Esse é o julgamento", afirmou o ministro. "Na democracia, quem julga politicamente não são as pessoas, ainda que as opiniões sejam todas respeitadas. Quem julga na democracia é o povo soberano, e o povo soberano reelegeu consagradoramente o presidente Lula", afirmou Dulci.
A reação do ministro ocorre um dia depois de a Suprema Corte ter acolhido as denúncias contra os 40 acusados de envolvimento com o mensalão. Entre os réus estão os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil), Luiz Gushiken (Comunicação do Governo) e Anderson Adauto (Transportes), além dos deputados João Paulo Cunha e José Genoino, ambos do PT de São Paulo.
"Isso não tem nada a ver com o governo. A decisão do Supremo é de abrir processo contra pessoas individuais. Não tem nada a ver com o governo. O governo, repito, recebeu das urnas", reiterou o ministro.
Segundo Dulci, o tema "mensalão" foi tratado de "maneira intensa e sistemática" pela oposição durante a campanha presidencial, do ano passado. "Todos esses assuntos foram tratados na campanha de maneira intensa e sistemática pelas oposições, que aliás estavam exercendo seu direito. O que o governo vai fazer é cumprir o mandato popular e continuar governando", disse.
O ministro evitou comentar sobre as conseqüências do acolhimento das denúncias contra José Dirceu --acusado de formação de quadrilha e corrupção ativa. Dulci optou por dar uma explicação técnica e jurídica sobre o petista. "De acordo com o Código Penal Brasileiro, não só ele [Dirceu], mas todos os demais indiciados terão direito de defesa, o processo vai tramitar e terá sua decisão, que ainda não foi tomada, de mérito, no momento oportuno. Isso não tem nada a ver com o governo", afirmou.
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