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Ministros dizem que STF usou critérios técnicos para julgar mensalão
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
Os ministros Carlos Ayres Britto e Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) , rebateram hoje as críticas do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) de que está sob suspeição o julgamento dos 40 acusados de envolvimento no mensalão. De acordo com eles, os critérios utilizados foram técnicos e rigorosos.
"Não há suspeição alguma. Todos nós decidimos com toda tranqüilidade. Foram votos eminentemente técnicos. Todos os votos foram juridicamente técnicos, documentados, todas as notas taquigráficas e os áudios. Tivemos um julgamento totalmente rigoroso", disse Ayres Britto. "[Foi um julgamento] rigorosamente técnico, ou seja em cima da legislação."
Ao ser questionado sobre a suspeita, levantada por Dirceu, Gilmar Mendes reagiu. "Em hipótese alguma. [O julgamento] foi avaliado nos detalhes", disse o ministro. "Todo mundo que acompanhou o julgamento, que acompanha o Supremo no dia a dia não pode ter outra convicção de que foi um julgamento absolutamente técnico."
O julgamento durou cinco dias e mais de 30 horas de sessão. Os ministros aceitaram as denúncias de corrupção ativa e formação de quadrilha contra Dirceu. Mas rejeitaram a acusação de peculato --desvio de verba pública em benefício próprio.
Suspeição
Em entrevista coletiva, o Dirceu afirmou nesta quinta-feira que a possibilidade de a mídia ter influenciado o resultado do julgamento do STF precisa ser debatida pela sociedade. "Se isso for verdade, como vou ser julgado dentro da Constituição? O Supremo precisa se pronunciar."
Porém, Dirceu disse que não vai tomar providência jurídica em relação à possível influência da mídia. "Quem tem que defender o julgamento é a sociedade. Eu realmente temo o meu futuro. Quero um julgamento justo."
Na terça-feira (28), após mais de 30 horas, o STF encerrou o julgamento das denúncias contra os acusados no caso mensalão. Todos os denunciados foram transformados em réus --entre eles os ex-ministros José Dirceu, Luiz Gushiken (Comunicação do Governo) e Anderson Adauto (Transportes), o empresário Marcos Valério, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), além do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), autor das denúncias do mensalão.
Em reportagem exclusiva de Vera Magalhães, do Painel (íntegra disponível só para assinantes do jornal ou do UOL), informa que disse que, em conversa telefônica o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, afirma que o ministro do STF Ricardo Lewandowski disse que a "imprensa acuou o Supremo" no julgamento que decidiu pela abertura de ação penal contra os suspeitos do mensalão.
"Todo mundo votou com a faca no pescoço", afirmou Lewandowski, segundo a reportagem da Folha. "A tendência era amaciar para o Dirceu."
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