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01/09/2007 - 08h05

Após debate sobre 2010, Lula participa de congresso do PT

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da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa neste sábado do segundo dia do congresso do PT, em São Paulo. Pela previsão inicial, Lula participaria da abertura do evento, realizada ontem à noite. Mas o presidente acabou adiando seu pronunciamento para dirigentes e militantes petistas para hoje.

Sem Lula, o PT antecipou ontem a discussão de temas importantes, como a sucessão presidencial de 2010. Correntes do partido defendem que o PT tenha um candidato próprio na eleição de 2010. O debate dessa proposta contraria os interesses do Planalto.

Em público, o presidente Lula declara que tem preferência por uma candidatura única dos partidos de coalizão para 2010 e que aceita apoiar um nome de fora do PT.

Alguns petistas até tentaram evitar a discussão do assunto. Questionado sobre a candidatura própria do PT nas eleições de 2010, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), preferiu ficar calado.

Outros chegaram a negar que o assunto viesse a ser debatido no congresso. "2010 não vai ser discutido aqui no congresso, pois esse não é um tema que interessa. Está completamente fora da pauta", disse a ministra Marta Suplicy (Turismo).

Mas a discussão veio à tona e as declarações dos diversos integrantes do partido mostram a divisão sobre a candidatura própria de 2010. O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que o PT --como partido mais forte da coalizão-- tem o direto de lançar candidato próprio em 2010.

"Nenhum partido de coalizão pode renunciar, em princípio, a ter candidatura em 2010. E o PT é o partido mais forte e tem a Presidência da República. O ponto de partida deve ser o PT ter candidato. Mas também deve buscar construir unidade em torno dessa candidatura."

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse que o partido tem o direito de reivindicar essa candidatura. "Quero insistir que o PT tem o direito de pleitear [a indicação do candidato de 2010], não de impor. A gente tem história para isso [para indicar um nome]."

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o partido não deve abrir mão de lançar seu candidato em 2010. "O PT não pode abdicar do direito de tentar construir uma candidatura própria, mas precisa levar em conta que outros partidos têm o mesmo direito."

A vice-presidente do partido, deputada Maria do Rosário (RS), defendeu a candidatura própria do PT e o direito das legendas da coalizão também indicarem seus nomes. "O partido tem que se preparar para ter uma candidatura própria. Mas a primeira etapa é apresentar essa candidatura para a própria coalizão. Assim como os demais partidos da coalizão devem indicar nomes."

Já o o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) defendeu uma candidatura de coalizão nas eleições presidenciais de 2010. Dirceu disse que tanto ele como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acreditam na possibilidade de lançar em 2010 uma candidatura única em torno dos partidos que dão sustentação ao governo.

"O ideal é que tenha um candidato de coalizão. Caso contrário, vamos nos unir no 2º turno. Mas o presidente Lula e eu acreditamos nisso [que tem de haver uma coalizão]. Trabalhar para que se construa uma candidatura de coalizão", disse.

Ele admitiu que o PT apresentará para a coalizão um nome próprio para a eleição de 2010. "O PT terá uma candidatura para apresentar para uma coalizão em 2010. Acho que aqui no congresso deve ser aprovado isso."

No entanto, ele afirmou que o candidato do PT não será imposto para os partidos de coalizão. "Não significa que o candidato tem que ser do PT, mas acho que os partidos terão uma única candidatura."

Wagner admitiu que esse debate pode desunir os partidos da base. "Pode ser um nome do PT, como eventualmente pode ser um outro nome. Sou defensor que a base de sustentação do presidente Lula saia unida da substituição dele. Não sei se isso vai acontecer."

Chinaglia disse que a antecipação do debate sobre 2010 pelo PT não deve constranger os partidos da base aliada porque eles também defendem candidaturas próprias.

O secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, disse que o partido terá candidato próprio nas eleições de 2010. "O PT terá candidato próprio em 2010. Mas é claro, sem abalar o governo de coalizão."

Pomar afirmou que o candidato do PT será definido pelo seu perfil e não pelo seu nome. De acordo com a discussão do perfil do candidato à Presidência em 2010, Pomar disse que a legenda escolherá o nome que mais se encaixa nele. "Vamos definir o perfil da candidatura para 2010. Mas vai ser desvinculado de um nome", afirmou ele.

Tarso disse que a decisão sobre a candidatura própria de 2010 não deve sair no congresso, que termina domingo. "No congresso se tiram apenas as diretrizes gerais, não uma decisão fechada."

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