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Absolvido, Renan é alvo de outros processos no Conselho de Ética
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RENATA GIRALDI
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
A decisão do plenário do Senado de mandar arquivar o projeto de resolução que pedia a cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não encerra os problemas do presidente da Casa. Renan é alvo de outros processos por quebra de decoro parlamentar. Dois já foram abertos pelo Conselho de Ética e o PSOL pediu a instalação de um terceiro.
Na sessão secreta de hoje, Renan foi absolvido no processo que o acusava de quebrar o decoro parlamentar por receber recursos da Mendes Júnior para pagar despesas pessoais, como pensão e aluguel à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha, com 40 votos favoráveis, 35 pela cassação e 6 abstenções.
GABRIELA GUERREIRO COMENTA CLIMA NO SENADO APÓS ABSOLVIÇÃO DE RENAN
Em nota, o senador diz que não guarda mágoa de ninguém. "Não guardo mágoa nem ressentimentos. O único sentimento que move é o do entendimento e do diálogo."
Futuro de Renan
O futuro de Renan ainda é incerto. Alvo de mais processos por quebra de decoro, ele não pode mais abrir mão do mandato para evitar a cassação.
Senadores da oposição defendem que Renan deixe a presidência do Senado. Entre as sugestões está a dele se licenciar e se defender das demais acusações fora da cadeira de presidente do Senado.
A oposição ameaça manter a estratégia de obstruir os trabalhos do Senado e não votar os projetos de interesse do Planalto com Renan na presidência da Casa.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, disse que não há condições do Senado votar nada de relevância com a presença de Renan no comando.
Para o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), dificilmente Renan terá condições de conduzir as sessões e as votações daqui para frente. "Será tudo mais difícil, disso não tenho dúvidas", afirmou ele.
Apontado como futuro presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), disse que o desafio do Senado será conquistar a confiança da população e associar isso às votações na Casa. 'A população não tinha crédito no Senado e agora passa a ter menos ainda. É preciso estabelecer uma nova forma de convivência', disse ele.
Defesa
Por outro lado, seus aliados entendem que Renan saiu fortalecido da votação desta quarta-feira. "Estou plenamente satisfeito com a vitória coletiva. Os demais processos vão ter tratamento totalmente diferenciado desse primeiro. Serão abreviados. Não virão para o plenário", afirmou o senador Almeida Lima (PMDB-SE), que relatou o processo rejeitado pelo Conselho de Ética em favor da absolvição de Renan.
O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), avalia que Renan será fortalecido pela absolvição no plenário. "Sem dúvida, ele ganhou. Depois de 120 dias de massacre, enfim termina esse caso", afirmou.
Apostando pelo arquivamento das demais representações encaminhadas contra Renan, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), um dos mais intensos defensores do colega, admitiu que as denúncias desgastaram o peemedebista. "Houve, sim, desgaste da imagem do senador Renan e da Casa", afirmou ele.
Outros processos
O Conselho de Ética já abriu oficialmente outros dois processos contra Renan. O primeiro apura a denúncia de que ele teria beneficiado a empresa Schincariol junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e grilado terras em Alagoas junto com seu irmão, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL).
O segundo processo pede a investigação da denúncia de que Renan teria usado laranjas para comprar rádios e um jornal em Alagoas.
O PSOL já protocolou na Mesa Diretora do Senado o pedido de abertura de mais outro processo. Desta vez, o partido acusa Renan de ter participado de um esquema de desvio e lavagem de dinheiro em ministérios chefiados pelo PMDB.
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