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16/09/2007 - 10h50

Um ano depois, origem do dinheiro do dossiê segue incógnita

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FÁBIO ZANINI
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Na noite de 15 de setembro de 2006, a prisão do petista Valdebran Padilha e do assessor da campanha presidencial Gedimar Passos com uma pilha de dinheiro em um hotel de São Paulo iniciou um mistério que, um ano depois, permanece: de onde veio o R$ 1,7 milhão que seria usado para comprar um dossiê contra tucanos?

No aniversário do dossiegate, episódio que gerou uma crise na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para muitos determinante para a ida da eleição para o segundo turno e deu origem ao termo "aloprados", as investigações estão paradas --na Justiça, na Polícia Federal, no Ministério Público e no PT.

Foram muitos os personagens do escândalo. Jorge Lorenzetti, coordenador da área de "inteligência" da campanha, foi apontado como principal articulador da tentativa de divulgar denúncias contra o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), pela família Vedoin, pivô da máfia dos sanguessugas. Ele não fala sobre o caso.

Oswaldo Bargas, amigo de Lula desde os anos 70, e Expedito Veloso, na época diretor de departamento do Banco do Brasil, eram seus auxiliares. Ricardo Berzoini, coordenador geral da campanha, acabou afastado por ordem de Lula.

Em São Paulo, Hamilton Lacerda, um dos coordenadores da campanha ao governo estadual do senador petista Aloizio Mercadante, foi apontado como o responsável por carregar o dinheiro.

O inquérito no qual foram investigados os emissários petistas ainda está no STF (Supremo Tribunal Federal), ao qual chegou em dezembro de 2006.

No mês de abril passado, os ministros entenderam que Mercadante não tinha participação no episódio. Confirmaram, assim, o parecer do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que dizia não haver razão para manter a investigação na corte -a única seria o descartado envolvimento do senador, que tem direito a foro privilegiado.

O inquérito continua no STF porque o ministro Gilmar Mendes pediu vistas do processo para avaliar uma outra questão que ainda será votada: a PF pode ou não conduzir inquérito e indiciar investigados quando se trata de autoridades com foro especial?

Para Antonio Fernando, a PF não poderia, como fez no caso do dossiegate, ter indiciado Mercadante pela prática de crime eleitoral, sob o argumento de que ele seria o principal beneficiado pela negociação.

O ministro Gilmar disse à Folha que levará o processo à votação no plenário do STF nesta semana. Só então o inquérito voltará a tramitar na Justiça Federal de Mato Grosso, no âmbito da qual a investigação deve seguir.

No PT, foi servida uma pizza. Berzoini retornou à presidência do partido. Lorenzetti e Lacerda se desfiliaram. Teoricamente, há uma comissão de ética contra Bargas e Veloso. Na prática, não funciona.

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