Quintanilha diz que senadores rejeitaram convite para relatar 3º processo contra Renan

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), ainda não conseguiu encontrar um relator para a terceira representação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Neste processo, o peemedebista é acusado de usar laranjas para comprar um grupo de comunicação em Alagoas.

Quintanilha disse que já sondou alguns senadores para o cargo, mas ainda não obteve nenhuma resposta positiva ao convite.

"Em relação à terceira representação, ainda não escolhemos um relator. Quem eu convidei, não aceitou. Não creio que esteja difícil. Por que esta pressa?", questionou.

Aliados do senador Renan vão tentar emplacar um senador da base aliada do governo na relatoria do terceiro processo contra o peemedebista --considerado o caso mais grave entre as denúncias que atingem o presidente do Senado.

O grupo pró-Renan avalia que um senador alinhado ao peemedebista poderá recomendar o arquivamento do processo diante da sua aparente gravidade.

Quintanilha negou, no entanto, que esteja sondando apenas parlamentares aliados de Renan para a relatoria do terceiro processo. "Não precisa ser da base aliada", desconversou.

Segundo reportagem publicada hoje pela Folha, o nome do senador Gilvan Borges (PMDB-AP) é o preferido do grupo pró-Renan. Mas, prevendo a resistência da oposição, os aliados do senador não descartam alterar a composição do conselho, trocando um titular por um suplente, em busca de um nome novo.

Ueslei Marcelino /Folha imagem

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O grupo também estuda sugerir que o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), herde o cargo. O argumento é que ele já iniciou apuração na Corregedoria. Nos bastidores, governistas dizem que Tuma foi um dos votos da oposição que ajudou a absolver Renan.

Nas vésperas da votação, seu filho Romeu Tuma Júnior, que não conseguiu se reeleger deputado estadual, foi indicado para a Secretaria Nacional de Justiça. Tuma diz que votou pela cassação.

A expectativa é que Quintanilha anuncie o nome do novo relator nesta semana. No terceiro processo, Renan é acusado de usar laranjas para comprar rádios e um jornal em Alagoas --com dinheiro de origem ignorada, parte em dólares.

Renan nega as irregularidades que foram reveladas pelo empresário João Lyra, ex-aliado de Renan que se tornou seu inimigo político. Desde o dia 16 de agosto a representação está parada no Conselho de Ética à espera de um relator.

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