Renan diz que não faz parte de sua história chantagear colegas

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira que "jamais autorizaria" seus assessores a reunir material para ser usado como chantagem contra outros parlamentares. Ao chegar à Casa Legislativa hoje, Renan afirmou que não faz parte de sua história juntar provas para chantagear colegas.

"Nada disso que falaram faz parte da minha formação como homem público, como democrata. Eu jamais autorizaria, permitiria que alguém fizesse isso com nenhum outro senador. Pelo contrário. Eu que tive a minha vida e da minha família devassada à luz do dia", afirmou.

Renan é acusado de reunir material contra diversos senadores --em especial Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO)-- para ser usado posteriormente como chantagem.

Demóstenes acusa o assessor de Renan, Francisco Escórcio, de ter viajado a Goiânia para pedir ao empresário Pedro Abrão que reunisse provas contra ele e Perillo. Escórcio nega as acusações, assim como Renan. Demóstenes afirma que o próprio Abrão, que é dono de um hangar em Goiânia, foi procurado por Escórcio para fotografar os dois senadores em jatinhos particulares.

O presidente do Senado ainda é acusado de reunir, nos bastidores, material para ser usado contra pelo menos outros dez parlamentares. A oposição promete cobrar explicações públicas de Renan na tarde de hoje, durante sessão plenária do Senado.

Demóstenes vai fazer um discurso para denunciar a tentativa de espionagem e ameaça revelar, inclusive, gravações de uma conversa do advogado Heli Dourado --quando teria confirmado a tentativa de espionagem de Renan.

O DEM e o PSDB vão definir, também na tarde de hoje, detalhes da representação que vão apresentar contra Renan no Conselho de Ética do Senado. Os dois partidos cobram investigações sobre as denúncias de espionagem a Demóstenes e Perillo após o senador democrata ter recebido a informação de Abrão.

"Playboy"

Pouco mais de duas horas depois de receber a "Playboy", que traz na capa a jornalista Mônica Veloso, a banca de jornal do Congresso Nacional já vendeu 40 exemplares da revista nesta terça-feira.

Mônica ganhou destaque na mídia após o escândalo político que atingiu Renan Calheiros, pai de uma das duas filhas da jornalista.

Ao chegar ao Senado, Renan foi questionado sobre a publicação da revista com a jornalista, mas o peemedebista evitou comentar o assunto, assim como também evitou falar sobre a possível demissão de seu assessor Francisco Escórcio.

Acompanhe as notícias em seu celular: digite wap.folha.com.br