Viana nega ser candidato à sucessão no Senado e diz ocupar "mandato tampão"

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), afastou hoje a possibilidade de concorrer ao comando da Casa Legislativa caso o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) se afaste em definitivo do cargo. Viana defendeu que o PMDB fique com a presidência do Senado se houver a disputa sucessória na Casa, além de criticar a possibilidade do PT pleitear o cargo.

"Eu não sou candidato, em hipótese alguma. Só tenho que pensar nesse mandado tampão. (...) Acho que o PMDB é que está autorizado a fazer [o debate], ele é que está na presidência com o senador Renan. O PT é a quarta força partidária no Senado, não pode ter a pretensão de disputar a presidência caso isso venha a ocorrer", afirmou.

Viana criticou a discussão sobre a sucessão de Renan neste momento, uma vez que o peemedebista não formalizou sua disposição em deixar o comando do Senado em definitivo.

"Acho que o debate sobre a sucessão é inoportuno. Se queremos pacificar o Senado, imagine abrir o debate para os grupos políticos. Não acho que traga benefícios para a instituição um debate sobre a sucessão agora."

Apesar do apelo de Viana, líderes partidários já deram início ao debate sobre o sucessor de Renan nos bastidores da Casa. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), já adiantou que o partido apoiará um nome do PMDB desde que seja "independente".

A ala oposicionista do PMDB cogita lançar o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) na disputa, o que desagrada aliados de Renan.

O grupo do PMDB alinhado com o Palácio do Planalto aposta nos nomes do senadores José Sarney (PMDB-AP) ou Edison Lobão (PMDB-MA) na disputa, com o objetivo de manter a estreita ligação com o Executivo que teve início na gestão de Renan.

Renúncia

Oficialmente, o presidente licenciado do Senado nega que esteja disposto a abrir mão do cargo após os 45 dias de afastamento do comando da Casa.

Nos bastidores, no entanto, Renan já cogita abrir mão da presidência para conseguir preservar o seu mandato. Em conversas com interlocutores, o peemedebista admite que terá mais chances de escapar da cassação caso abra mão, em definitivo, da presidência do Senado.

Renan pretende deixar a residência oficial do Senado até o final desta semana, numa clara sinalização de que não está disposto a retornar ao cargo. A estratégia de Renan será adotar uma postura mais discreta nos próximos dias, quando retornar à Casa Legislativa --mas manter um forte diálogo com os parlamentares nos bastidores na tentativa de salvar a sua cadeira na Casa.

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