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24/10/2007 - 15h10

Lula pede investimentos a empresários e justifica carga tributária

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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

Os cerca de cem maiores empresários do país cobraram nesta quarta-feira do governo a redução da carga tributária. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu ao apelo e defendeu a manutenção dos tributos.

Segundo ele, o país "precisa" de manter essa carga tributária para garantir a estrutura de programas sociais e de transferência de renda. Os empresários reclamaram ainda do excesso de burocracia e da falta de infra-estrutura.

"Ele [o presidente Lula] reconhece que no momento ainda precisa desta carga tributária no país", disse José Roberto Ermírio de Moraes, do grupo Votorantin, após a reunião no Palácio do Planalto, da qual participaram também os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento) e Miguel Jorge (Desenvolvimento).

Durante a conversa, o presidente apelou para que os empresários apóiem o crescimento econômico do país elevando seus investimentos.

Segundo Lula, é necessário haver um compromisso do governo e do empresariado para assegurar o desenvolvimento do Brasil. "Devemos ter lealdade com o país", teria dito o presidente, segundo interlocutores.

Para o ministro Guido Mantega (Fazenda), o crescimento econômico do país é bem recebido no exterior por ser "diferente" do que ocorre em outros locais.

"Há um clima de confiança e credibilidade no Brasil, eu digo isso porque acabei de chegar de Washington", disse Mantega. "Se há alguma incerteza na economia norte-americana, há confiança na economia brasileira", afirmou ele.

Miguel Jorge destacou que a produtividade do país aumentou neste governo. "Nunca houve tanta oportunidade de se importar tanto quanto agora", afirmou ele.

Sem CPMF

Na conversa com os empresários, que durou mais de duas horas e meia, Lula e os ministros não mencionaram a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011. A PEC está no Senado, onde esbarra na resistência da oposição em aprovar a medida.

"Ninguém é a favor da CPMF. Mas há um reconhecimento generalizado de que é um mal necessário", afirmou José Carlos Pinheiro Neto, da General Motors.

Segundo o presidente do conselho do Grupo Gerdau, Jorge Johannpeter Gerdau, o ideal seria a redução gradual da alíquota de 0,38% da CPMF. Para ele, a redução ideal deveria começar a partir de 2008. De acordo com o empresário, a redução poderia ser de 0,04 ponto percentual, com alíquota de 0,35% já a partir do ano que vem.

O vice-presidente sênior do Itaú, Alfredo Setúbal, também defendeu a redução da gradual da alíquota da CPMF. Já Luiza Trajano, da Magazine Luiza, disse que sua preocupação não é com a prorrogação da cobrança da contribuição, mas com a diminuição de impostos.

O presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita, defendeu a redução de impostos em nome do desenvolvimento do país. "Reduzir imposto, aumenta consumo, e elevando o consumo há mais desenvolvimento no país", afirmou.

Queixas

Irritado, Mantega se queixou que o "assunto CPMF" não deveria ser tema obrigatório de todas as reuniões. "Vocês [jornalistas] têm idéia fixa. Vou tratar sobre isso na reunião do Conselho Político", disse o ministro, referindo-se à reunião que participaria logo depois.

No entanto, a maior parte dos empresários que participou da conversa com o presidente e os ministros se referiram à CPMF.

Para José Carlos Grubisch Filho, do grupo Braskem, a manutenção da cobrança da CPMF deve vir acompanha de compensações para os empresários.

Reportagem publicada hoje pela Folha informa que as principais críticas à CPMF têm partido da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Com esse argumento de que são as empresas as convidadas e não as entidades, Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), não teria sido chamado para reunião desta quarta-feira no Planalto.

Depois da reunião com os empresários, Lula conversa com os líderes dos partidos aliados, que integram o conselho político do governo, para discutir CPMF. Há sinalizações do governo de negociar para conseguir a aprovação da prorrogação da cobrança. "Novas desonerações virão", avisou Mantega, às pressas, antes de participar da conversa com os políticos.

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Comentários dos leitores
Eduardo Giorgini (488) 27/01/2010 11h27
Eduardo Giorgini (488) 27/01/2010 11h27
Fim da estabilidade de servidores públicos seria uma saída respeitosa ao gargalo de crescimentoe diminuição de gastos.
Herança do Brasil colonial, serviço público fica refem de sindicatos que defendem, obviamente, somente aumentos de salarios e regalias e estão nem ai para a sociedade privada, que os sustentam.
Mas se pensar, precisamos de uma reforma generalizada, ou seja, um "Nascer de novo" que o torna totalmente inviavel.
Complicado a situação do Brasil.
[]s
Eduardo.
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Pedro Carvalho (2) 28/09/2009 13h40
Pedro Carvalho (2) 28/09/2009 13h40
É errado fazer essa divisão de quem merece mais ou quem merece menos, pois, a princípio, todos os partidos são iguais. No entanto, nós sabemos disso, que, se o DEM ou o PSDB estivesse no poder, ele também iriam fazer a mesma coisa. Isso sempre existirá nessa política pobre que é a brasileira. 1 opinião
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Hilton Leonel (6) 08/09/2009 18h15
Hilton Leonel (6) 08/09/2009 18h15
VIVA O PMDB: ESTÁ SEMPRE PRONTO PARA PREJUDICAR O POVO. QUE SAUDADE DE ULISSES
GUIMARÃES. O povo Brasileiro não aguenta mais.
sem opinião
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