Publicidade
Publicidade
Lula pede investimentos a empresários e justifica carga tributária
Publicidade
RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
Os cerca de cem maiores empresários do país cobraram nesta quarta-feira do governo a redução da carga tributária. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu ao apelo e defendeu a manutenção dos tributos.
Segundo ele, o país "precisa" de manter essa carga tributária para garantir a estrutura de programas sociais e de transferência de renda. Os empresários reclamaram ainda do excesso de burocracia e da falta de infra-estrutura.
"Ele [o presidente Lula] reconhece que no momento ainda precisa desta carga tributária no país", disse José Roberto Ermírio de Moraes, do grupo Votorantin, após a reunião no Palácio do Planalto, da qual participaram também os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento) e Miguel Jorge (Desenvolvimento).
Durante a conversa, o presidente apelou para que os empresários apóiem o crescimento econômico do país elevando seus investimentos.
Segundo Lula, é necessário haver um compromisso do governo e do empresariado para assegurar o desenvolvimento do Brasil. "Devemos ter lealdade com o país", teria dito o presidente, segundo interlocutores.
Para o ministro Guido Mantega (Fazenda), o crescimento econômico do país é bem recebido no exterior por ser "diferente" do que ocorre em outros locais.
"Há um clima de confiança e credibilidade no Brasil, eu digo isso porque acabei de chegar de Washington", disse Mantega. "Se há alguma incerteza na economia norte-americana, há confiança na economia brasileira", afirmou ele.
Miguel Jorge destacou que a produtividade do país aumentou neste governo. "Nunca houve tanta oportunidade de se importar tanto quanto agora", afirmou ele.
Sem CPMF
Na conversa com os empresários, que durou mais de duas horas e meia, Lula e os ministros não mencionaram a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011. A PEC está no Senado, onde esbarra na resistência da oposição em aprovar a medida.
"Ninguém é a favor da CPMF. Mas há um reconhecimento generalizado de que é um mal necessário", afirmou José Carlos Pinheiro Neto, da General Motors.
Segundo o presidente do conselho do Grupo Gerdau, Jorge Johannpeter Gerdau, o ideal seria a redução gradual da alíquota de 0,38% da CPMF. Para ele, a redução ideal deveria começar a partir de 2008. De acordo com o empresário, a redução poderia ser de 0,04 ponto percentual, com alíquota de 0,35% já a partir do ano que vem.
O vice-presidente sênior do Itaú, Alfredo Setúbal, também defendeu a redução da gradual da alíquota da CPMF. Já Luiza Trajano, da Magazine Luiza, disse que sua preocupação não é com a prorrogação da cobrança da contribuição, mas com a diminuição de impostos.
O presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita, defendeu a redução de impostos em nome do desenvolvimento do país. "Reduzir imposto, aumenta consumo, e elevando o consumo há mais desenvolvimento no país", afirmou.
Queixas
Irritado, Mantega se queixou que o "assunto CPMF" não deveria ser tema obrigatório de todas as reuniões. "Vocês [jornalistas] têm idéia fixa. Vou tratar sobre isso na reunião do Conselho Político", disse o ministro, referindo-se à reunião que participaria logo depois.
No entanto, a maior parte dos empresários que participou da conversa com o presidente e os ministros se referiram à CPMF.
Para José Carlos Grubisch Filho, do grupo Braskem, a manutenção da cobrança da CPMF deve vir acompanha de compensações para os empresários.
Reportagem publicada hoje pela Folha informa que as principais críticas à CPMF têm partido da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Com esse argumento de que são as empresas as convidadas e não as entidades, Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), não teria sido chamado para reunião desta quarta-feira no Planalto.
Depois da reunião com os empresários, Lula conversa com os líderes dos partidos aliados, que integram o conselho político do governo, para discutir CPMF. Há sinalizações do governo de negociar para conseguir a aprovação da prorrogação da cobrança. "Novas desonerações virão", avisou Mantega, às pressas, antes de participar da conversa com os políticos.
Acompanhe as notícias em seu celular: digite wap.folha.com.br
Leia mais
- Empresários defendem redução gradual da alíquota da CPMF
- Ministros vão ao Senado negociar desoneração fiscal para facilitar votação da CPMF
- PSDB cede e aceita negociar CPMF após arquivamento de representação contra Azeredo
- PSDB libera bancada para votar CPMF e indica disposição de negociar
- Relatora critica CPMF e promete entregar relatório na terça-feira
- Lula determina intensificar negociações para aprovar CPMF no Senado
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice
Herança do Brasil colonial, serviço público fica refem de sindicatos que defendem, obviamente, somente aumentos de salarios e regalias e estão nem ai para a sociedade privada, que os sustentam.
Mas se pensar, precisamos de uma reforma generalizada, ou seja, um "Nascer de novo" que o torna totalmente inviavel.
Complicado a situação do Brasil.
[]s
Eduardo.
avalie fechar
avalie fechar
GUIMARÃES. O povo Brasileiro não aguenta mais.
avalie fechar