Viana diz que líderes vão discutir abertura de informações sobre gastos do Senado

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), negou hoje que tenha desistido de abrir a "caixa preta" da Casa depois da Mesa Diretora da Casa rejeitar autorizar a publicação na internet de informações sobre os gastos dos senadores. Viana disse estar disposto a discutir a mudança com os líderes partidários.

"Entendo que, quanto mais transparente for o Senado, mais respeitado será o senador. E quanto menos transparente for, mais dúvida a sociedade poderá ter da atividade de cada um, mas é um debate que será construído com serenidade. Acho que avançaremos", disse.

Ao contrário da Câmara, onde os gastos com a verba indenizatória de R$ 15 mil são disponibilizados na internet, no Senado as informações são mantidas em sigilo. A verba indenizatória é usada pelos senadores para bancar custos nos escritórios nos Estados, gasolina, aluguel de imóveis e contratar assessoria.

Reportagem da Folha afirma que as notas fiscais referentes aos pagamentos das verbas indenizatórias são arquivadas em uma pequena sala, no 12º andar da torre do Senado, onde funciona a Secretaria de Fiscalização e Controle. O diretor do departamento é Aloizio de Bryto Vieira, subordinado ao diretor-geral, Agaciel Maia.

Além das verbas, o Senado também omite a divulgação de informações sobre a atividade parlamentar --como a freqüência dos senadores às sessões plenárias.

Viana ressaltou que a Mesa decidiu, nesta terça-feira, publicar no "Diário Oficial" do Congresso as licenças pedidas por senadores que se afastam da Casa com o objetivo de dar início ao processo de transparência das informações.

"Ontem já aprovamos a publicação obrigatória do pedido de afastamento de parlamentar e outras medidas estão em curso. Eu fico animado. Em nenhum momento eu desisti. Acho que é um debate fraterno, sereno", explicou.

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