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Roriz depõe e atribui denúncias a complô para desviar Renan da crise
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) atribuiu hoje as denúncias de envolvimento nos supostos desvios de recursos do BRB (Banco de Brasília) a um complô contra ele e para tirar o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) do foco da crise política. Roriz depôs hoje na Delegacia de Combate ao Crime Organizado, em Brasília, por cerca de cinco horas.
"Depois de governar Brasília por 14 anos, fiquei profundamente angustiado, convivendo com pessoas no Senado que estavam montando um complô contra mim para minimizar a crise no Senado", disse Roriz por telefone.
Apesar de denunciar o suposto complô, Roriz disse estar tranqüilo. "Estou tranquilíssimo. Tanto que abri mão do meu foro privilegiado para vir aqui na planície como homem comum para defender minha honra e dignidade."
O peemedebista foi flagrado em conversas telefônicas negociando a partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura. A partilha do dinheiro ocorreria no escritório do empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol. Depois das acusações, o ex-senador renunciou ao mandato.
Roriz negou as denúncias, informando que pediu um empréstimo de R$ 300 mil a Nenê --quantia descontada de um cheque de R$ 2,2 milhões do empresário. Segundo ele, o dinheiro teria sido utilizado para comprar uma bezerra e ajudar um primo.
As gravações foram realizadas durante a Operação Aquarela, comandada pela Polícia Civil do Distrito Federal, que desbaratou um esquema de desvio de dinheiro do BRB.
As acusações contra o ex-senador foram reforçadas com a publicação de uma reportagem que afirma que Roriz teria utilizado parte dos R$ 2,2 milhões para subornar juízes do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Distrito Federal em processo contra ele nas eleições de 2006.
Pedradas
Ao chegar para depor sobre os desvios no BRB, Nenê Constantino tentou arrancar a câmera fotográfica de Alan Marques, repórter fotográfico da Folha. Ao perceber que não ia conseguir tirar a câmera do profissional, o empresário ameaçou jogar pedras contra o fotógrafo. Ele foi impedido de ir adiante pelo advogado que faz sua defesa.
O fotógrafo da Folha passa bem e conseguiu realizar seu trabalho, inclusive registrando o momento da agressão.
O advogado Hermano Camargo negou que seu cliente estivesse fora de si no momento em que tentou agredir o fotógrafo da Folha. "Ele [Nenê Constantino] não estava nervoso, não", afirmou ele.
O empresário depõe nesta sexta-feira. A previsão é que o depoimento sejam concluído apenas no começo da noite.
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