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28/06/2002 - 10h01

Nervosismo eleitoral perturba realidade econômica, dizem analistas

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da Agência Lusa

O debate sobre as eleições presidenciais no Brasil está criando uma perspectiva negativa sobre a situação econômico-financeira, considera The Economist Intelligence Unit, em comunicado divulgado pelo Iberonews.

No centro da discussão sobre a desvalorização da moeda brasileira está a preocupação dos investidores, particularmente os estrangeiros, com uma eventual vitória de Lula nas eleições presidenciais.

Apesar de Economist Intelligence Unit admitir uma vitória de José Serra (PSDB), cuja posição nas pesquisa "já começou a melhorar", não prevê problemas se Lula ganhar, uma vez que tanto ele como o PT já temperaram o discurso e mostram-se mais pró-mercado", adianta-se no documento.

Os analistas citam inclusive a experiência das administrações estaduais e municipais do PT, que "exerceram uma administração responsável, ganhando uma reputação de honradez".

à parte a problemática política, os analistas estão otimistas quanto ao cumprimento dos compromissos assumidos quanto ao reembolso da dívida por várias razões, exceto no caso de as pressões do mercado financeiro serem tais que elevassem o custo dos empréstimos para níveis proibitivos.

Em primeiro lugar, a economia brasileira não é tão afetada pela desvalorização do dólar como a Argentina dolarizada, nem a queda do real tem o mesmo efeito nos ativos e nos depósitos como teve na Argentina dependente do dólar.

Segundo, o Brasil já tem um mecanismo de taxas de câmbios flutuantes que absorveria parte do impacto de uma redução do financiamento.

Terceiro, grande parte da dívida pública do Brasil é com instituições financeiras brasileiras e está denominada em reais.

Quarto, o Brasil já conta com uma linha de crédito do FMI (Fundo Monetário Internacional) para reforçar as suas reservas e já manifestou o desejo, tanto em 2001 como em 2002, de proceder aos ajustamentos necessários à sustentação da estabilidade; este ano já aumentou a meta de excedente primário de 3,5% para 3,8% do produto interno bruto.

Quinto, o governo tem acesso a reservas do Tesouro de cerca de R$ 70 bilhões (25 bilhões de euros), que poderá utilizar para pagar as dívidas que vencerem durante 2001 se os bancos nacionais não estiverem dispostos a refinanciar a dívida.

Por fim, se utilizar parte dos fundos do FMI, cerca de US$ 30 bilhões, para comprar a dívida que vencer em 2003 e 2004, isto aliviará a carga do serviço da dívida na primeira metade do próximo período de governo, seja ele qual for, o que suavizará as restrições financeiras externas subjacentes, adiantam os analistas.

Porém, o fator considerado como essencial é a vontade dos bancos brasileiros comprarem a dívida que o futuro governo venha a emitir, o que só farão, prevêem, se o futuro governo se comprometer com políticas pró-mercado.

O Economist Intelligence Unit conclui pela necessidade de o futuro governo ter de promover as reformas fiscais necessárias para gerar um maior excedente primário, sob pena de a dinâmica da dívida pública se revelar insustentável.

Leia mais no especial Eleições 2002

 

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