Interino, Viana restringe acesso ao cafezinho do plenário do Senado

Depois de limitar na semana passada o acesso de turistas no Senado Federal, o presidente interino da Casa, Tião Viana (PT-AC), decidiu nesta terça-feira também restringir o acesso ao chamado "cafezinho" do plenário. Com base em um ato da Mesa Diretora de 1999, Viana disse que a restrição é necessária para evitar o trânsito de "desconhecidos" no local.

Atualmente, o acesso é permitido a senadores, ex-parlamentares e seus convidados --desde que estejam acompanhados dos próprios senadores. Na prática, o cafezinho acaba reunindo uma série de lobistas e funcionários da Casa que buscam uma maior aproximação com os parlamentares.

No local, há oito mesas redondas onde os senadores fazem lanches, conversam com convidados, jornalistas e assessores --e até vão ao banheiro durante as sessões do plenário.

O cafezinho é conhecido como o local onde os parlamentares podem, sem a presença de cinegrafistas e fotógrafos, conversar mais reservadamente com seus convidados.

Viana disse que atendeu a um apelo dos próprios senadores para restringir o acesso ao local. "Muitos senadores e senadoras têm reclamado do tumulto que se criou com a presença de pessoas estranhas no cafezinho do Senado e no plenário. A presidência, ouvindo sugestões, tomou a decisão de controlar o acesso, nos termos de um ato da Mesa do Senado Federal, de 1999, e faz um apelo para a devida colaboração", disse Viana.

Segundo o senador, "lamentavelmente" alguns parlamentares incentivam o "fluxo equivocado" de pessoas no cafezinho. Por isso, fez o apelo para que os próprios senadores ajudem na implantação prática da medida.

Viana disse que o local continuará aberto à imprensa e a assessores parlamentares --quando precisarem entregar documentos ou manter rápidas conversas com os senadores. "Eles [assessores] não deverão ficar sem necessidade no plenário e no cafezinho. Conto com a colaboração de todos os colegas", disse Viana.

Turistas

Na última quinta-feira, a Mesa Diretora do Senado decidiu limitar as visitas dos turistas à Casa. De segunda à sexta-feira, os turistas só poderão passear pelas dependências do Senado se as visitas tiverem sido previamente agendadas. Já nos sábados, domingos e feriados não há restrições.

A decisão do presidente interino foi tomada após protestos contra a crise no Senado envolvendo o senador licenciado Renan Calheiros (PMDB-AL), que responde a quatro processos no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.

No último dia 9, um grupo de oito jovens da JPS (Juventude Popular Socialista), ligada ao PPS, fez um protesto contra os senadores do PMDB que reivindicam cargos no governo federal. Os manifestantes acabaram agredidos por seguranças do Senado.

Até a fixação das novas regras, as visitas ao Senado eram livres. Pela nova ordem, a polícia legislativa poderá suspender os passeios dos turistas de forma preventiva em situações que houver riscos de danos ao patrimônio público ou às pessoas.

Acompanhe as notícias em seu celular: digite wap.folha.com.br