Relator do 3º processo contra Renan promete entregar texto na próxima semana

O senador Jefferson Péres (PDT-AM) vai concluir na semana que vem os depoimentos do terceiro processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para entregar seu relatório ao Conselho de Ética na quarta-feira (14). Péres marcou para terça-feira (13) os depoimentos do governador de Alagoas, Teotônio Vilella Filho (PSDB), e de outras duas testemunhas do caso --José Queiroz de Oliveira e Carlos Santa Rita.

No processo, Renan é acusado de usar "laranjas" para comprar um grupo de comunicação em Alagoas. Oliveira e Santa Rita são apontados como dois dos supostos "laranjas" que teriam sido usado por Renan para a compra de duas rádios e um jornal no Estado. Péres quer confirmar a operação com os depoimentos dos dois supostos laranjas, além de comprovar se Santa Rita é funcionário lotado no gabinete de Renan.

O relator ainda espera receber até amanhã as respostas do empresário Tito Uchôa ao questionário com dúvidas sobre a suposta operação. Primo de Renan, o empresário teria registrado o grupo de comunicação em seu nome --já que o presidente licenciado do Senado é acusado de firmar sociedade oculta com o usineiro João Lyra para a compra das empresas em Alagoas.

"Com a oitiva dessas testemunhas, eu concluo os trabalhos. Não teremos testemunhas-chaves, mas fragmentos que juntos poderão montar este quebra-cabeças", afirmou.

Péres não quis adiantar o teor de seu relatório, mas disse esperar que até a conclusão do texto tenha elementos suficientes para firmar posição contra ou a favor da cassação de Renan. O relator espera que os depoimentos de Oliveira e Santa Rita contribuam nas investigações, mas disse que o governador de Alagoas "não deve contribuir muito" no caso --já que Teotônio é testemunha de Renan.

A estratégia do peemedebista é desqualificar as denúncias de Lyra, uma vez que o usineiro foi responsável pela divulgação da suposta operação dos "laranjas" por Renan. O governador foi convidado por Renan por ser adversário político de Lyra no Estado, assim como o presidente licenciado do Senado.

Renan quer mostrar que Lyra, acusado de assassinato e outros crimes no Estado, não tem conduta idônea para acusá-lo da operação dos "laranjas".

Processos

Enquanto o terceiro processo contra Renan poderá ser concluído na semana que vem no Conselho de Ética, o quarto ainda não começou a tramitar na prática. O relator Almeida Lima (PMDB-SE), um dos principais aliados de Renan, ainda não notificou o presidente licenciado do Senado sobre o processo --que só pode ter início após o representado ter ciência da sua tramitação.

Lima prometeu fazer a notificação nesta terça-feira, mas ainda não marcou prazo para a apresentação de seu relatório. No quarto processo, Renan é acusado de integrar um esquema de desvio de recursos em ministérios chefiados pelo PMDB por meio do lobista Luiz Claudio Garcia --pai de uma funcionária do senador.

Acompanhe as notícias em seu celular: digite wap.folha.com.br