Relator de caso Renan ouve três testemunhas de defesa

O senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator do terceiro processo contra o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ouve nesta terça-feira os depoimentos de três testemunhas de defesa: o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), Carlos Santa Rita e Nazário Pimentel.

Neste processo, o usineiro João Lyra acusa Renan de ter firmado com ele sociedade oculta para a compra de duas rádios e um jornal em Alagoas.

Santa Rita é apontado como um dos laranjas que teria sido usado pelo peemedebista para a compra das rádios, enquanto Pimentel teria vendido as emissoras ao presidente licenciado do Senado.

Segundo Péres, Santa Rita é lotado no gabinete de Renan, mas trabalha para o senador em Alagoas. O relator espera reunir novas informações nas investigações, mas não quis adiantar se a ligação de Santa Rita com Renan comprometem o peemedebista.

Vilela, por sua vez, foi arrolado como testemunha de defesa de Renan por também ser inimigo político de Lyra no Estado.

Péres deve apresentar nesta quarta-feira seu texto ao Conselho de Ética da Casa, mas mantém em segredo a sua decisão.

O senador disse só vai revelar sua posição no momento da divulgação de seu relatório. "Você precisa estar convicto para concluir, com base em fatos ou ausência de fatos. Eu já tenho elementos para apresentar o meu relatório."

Reportagem da Folha informa que a cassação de Renan depende de Péres. É que os relatores de outros dois dois processos já avisaram que não irão propor punição ao colega.

O senador Almeida Lima (PMDB-SE), relator de denúncia de que Renan montou esquema de corrupção em ministérios do PMDB, disse que vai pedir o arquivamento do processo.

O senador João Pedro (PT-AM) sinaliza que não há provas para condenar Renan. Ele relatou a denúncia de que o senador teria trabalhado para reverter dívida de R$ 100 milhões da Schincariol junto ao INSS depois que a empresa comprou uma fábrica de seu irmão.

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), confirmou ontem que pretende colocar em votação no dia 22 no plenário da Casa os processos contra o presidente licenciado do Senado. Os processos só serão votados em plenário, no entanto, se recomendarem a cassação de Renan e depois de terem sido aprovados pelo Conselho de Ética do Senado.

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