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De olho em 2010, PSDB nega que é privatista e elogia herança deixada por FHC
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da Folha Online
O PSDB dá início amanhã ao debate sobre a sucessão presidencial com o lançamento de um documento que enaltece o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), defende o voto distrital e nega o rótulo de "privatista", mas também não se diz "estatista". O partido se apresenta como "autenticamente nacionalista e moderno", capaz de conduzir o país ao desenvolvimento econômico e social.
O documento será apresentado e debatido durante o 3º Congresso do partido que acontece amanhã e sexta-feira em Brasília. No encontro, o PSDB também vai empossar a nova direção nacional do partido. O senador Tasso Jereissati (CE) passará a presidência nacional da legenda para o também senador Sérgio Guerra (PE).
O partido relata no texto conquistas da "agenda social-democrata" do governo FHC que resultou em avanços econômicos e sociais deixados como herança ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apenas trocou o nome de programas criados pelos tucanos --como o Bolsa Escola e o Vale Gás que foi transformado no Bolsa Família.
A troca dos nomes de programas tucanos também faz parte da campanha publicitária do partido no rádio e na TV. Nas propagandas, o PSDB diz que o governo do PT copiou o que deu certo --o que também inclui o plano econômico. O que os petistas não copiaram, segundo os tucanos, resultou na crise aérea, por exemplo.
No documento, o PSDB cita as políticas públicas de combate à pobreza e às desigualdades que provocaram a queda na taxa de mortalidade infantil e resultaram em uma reforma agrária que, entre 1995 e 2002, distribui terra a quase 500 mil famílias.
Os tucanos também apóiam as privatizações feitas por FHC e justificam a medida. "Sem o aporte de capitais e métodos de gestão privados seria impossível expandir as indústrias e os serviços de telefonia e energia elétrica". Porém, ressalta que o "PSDB não é privatista nem estatista".
Ao mesmo tempo que enaltece os resultados das privatizações, o PSDB critica o loteamento político de empresas estatais e agências reguladoras no governo do PT. Para os tucanos, as conseqüências dessa prática será uma herança --"esta sim maldita"-- para os próximos anos.
Com esse discurso, o PSDB faz um mea-culpa da campanha presidencial de 2006 --quando do candidato Geraldo Alckmin foi acusado pelo PT de esconder FHC de seu palanque e de ser "privatista".
"[O atual governo] Submeteu as agências reguladoras a uma mistura de estatismo, empreguismo e incompetência que afugentou os investimentos privados em infra-estrutura", ressalta o documento.
Outra crítica dos tucano é o excesso de cargos de confiança criados durante o governo Lula. Reportagem da Folha publicada em 27 de agosto informa que Lula já criou, em 2007, 1.258 cargos comissionados, chegando ao número recorde de 22.345. Quando assumiu o governo, em 2003, herdou 19.943 desses cargos.
No documento, o PSDB diz que "lutará" para diminuir "drasticamente" o número de cargos de confiança e pretende estabelecer regras para o seu preenchimento, "a fim de que não virem instrumento de barganha político".
O PSDB também apresenta uma proposta de reforma política baseada no voto distrital --tese amplamente defendida por FHC-- como forma de diminuir a distância entre o eleitor e o eleito. Para os tucanos, o atual sistema proporcional com lista aberta enfraquece os partidos e faz das eleições uma "corrida desesperada" entre candidatos de uma mesma legenda com propostas diferentes.
O partido faz uma mea-culpa ao reconhecer a distância entre setores da sociedade. Com o objetivo de ampliar os canais de diálogo com a população, o PSDB sugere um retorno às universidades e escolas, não só para filiar militantes, mas para "aprender, participar e criar uma agenda política que não envelheça nas disputas internas pelo poder partidário".
"Façamos do diálogo permanente um instrumento de fortalecimento do PSDB e de seu enraizamento na sociedade."
O PSDB finaliza o documento se posicionando contrário à possibilidade de um terceiro mandato para o presidente Lula. Os tucanos condenam as "ambições" que podem "golpear" a democracia e citam o "país vizinho" --Venezuela-- como exemplo.
"Ambições futuras podem vir a golpear a democracia, como ocorre em países vizinhos, onde o continuísmo de pseudo-salvadores da pátria disvirtua as regras da representação e participação popular. Estaremos atentos para não deixar que isso aconteça."
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hoje, tem uma escumalha a compor sua base de governo, institutos de pesquisa amigos que lhe conseguem amostras sortudas, e uma tropa de tonton macoutes a demonstrar sua verve "democrática" na internet.
é impressionante.
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Realmente, só tem uma explicação para pagarmos R$ 2,67 o litro: a GANÂNCIA do Governo com seus impostos e a busca desenfreada dos lucros exorbitantes da nossa querida e estimada estatal brasileira que refina o petróleo por ela mesma explorado nas "terras tupiniquins", então o "velho PT", lembram-se deles, quando oposição???Vão ao MP,contra o Serra devido as enchentes........e dá para entender???
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