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Para PF, presidente do TCE-BA queria ajuda à campanha do filho
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LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador
Gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal indicam que o presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado) da Bahia, Antonio Honorato, preso anteontem na Operação Jaleco Branco, intermediou a liberação de recursos para dois empresários em troca --segundo interpretação da PF-- de ajuda financeira à campanha eleitoral do filho Adolfo Viana de Castro Neto, candidato derrotado a uma vaga na Assembléia Legislativa em 2006.
De acordo com a PF, Honorato pediu à Secretaria Estadual da Fazenda da Bahia a liberação de pagamentos para empresas comandadas por Clemilton de Andrade Rezende e Jairo Barreiro Almeida, também detidos.
Em troca, os dois empresários teriam prometido financiar a campanha do filho do presidente do TCE, que obteve 33.576 votos como candidato a deputado estadual pelo antigo PFL, atual DEM. Sob a alegação de sigilo nas investigações, a PF não apresentou as transcrições das conversas telefônicas nem informou os nomes das empresas que seriam favorecidas.
No entanto, a própria PF aponta que Rezende aparece como sócio ou ex-sócio das empresas Masp e Postdata, enquanto Barreiro Almeida seria sócio ou ex-sócio da Protector e da Dinamiza.
Na prestação de contas apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Adolfo Viana de Castro Neto não relaciona nenhuma contribuição das duas empresas à sua campanha. Para a PF, os diálogos gravados não deixam dúvidas em relação ao "tráfico de influência" exercido pelo presidente do TCE.
O advogado Fernando Santana, responsável pela defesa de Honorato, disse que a prisão do seu cliente foi "um instrumento de coação absolutamente ilegal". "Antonio Honorato sempre pautou a sua vida pela honradez e cumprimento dos deveres. Ele é inocente, não tenho dúvidas."
Ligado ao grupo político que foi comandado pelo senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), Antonio Honorato cumpriu cinco mandatos de deputado estadual, segundo informações da assessoria de imprensa da Assembléia Legislativa da Bahia. Por dois períodos, ocupou a presidência da Casa.
Em 2000, o então governador César Borges (DEM) indicou Honorato para o Tribunal de Contas do Estado. No ano passado, foi eleito para a presidência do órgão (biênio 2006/ 2007).
De acordo com a assessoria de imprensa do TCE, as eleições para a escolha do sucessor de Honorato estão marcadas para o próximo dia 12.
A reportagem não conseguiu falar com advogados dos empresários detidos nem com suas empresas.
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