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30/11/2007 - 10h59

Candidatos do PT divergem sobre governo de coalizão e política econômica

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da Folha Online

O PT realiza no domingo o primeiro turno das eleições para direções nacional, estaduais e municipais da legenda. A Folha Online enviou por e-mail um questionário com 15 perguntas para os sete candidatos à presidência do PT: Ricardo Berzoini, Valter Pomar, Jilmar Tatto, José Eduardo Cardozo, Markus Sokol, Gilney Viana e José Carlos Miranda.

As respostas para as mesmas perguntas revelaram diferenças de pensamento entre os candidatos. Entre as divergências está o governo de coalizão, a possibilidade de apoiar uma candidatura não-petista nas eleições presidenciais de 2010 e a aprovação à política econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Todos os sete dizem apoiar uma candidatura própria do PT nas eleições presidenciais de 2010. Mas divergem sobre a possibilidade de apoiar um candidato não-petista. Sokol e Miranda afirmam que são contra essa possibilidade. "Em nenhuma hipótese", diz Miranda.

Já Cardozo lembrou que é preciso respeitar a vontade dos partidos que apóiam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O PT tem uma história de entendimento e de composição, onde sempre consultamos os nossos partidos aliados e construímos um processo democrático de escolha de candidatos. Ao seu tempo o PT oferecerá aos aliados seus nomes e consensuaremos o que for melhor para o Brasil.

O mesmo tom foi adotado por Viana. "Reconheço que a base de apoio ao governo Lula é ampla e diversa e que dela poderão emergir outras candidaturas; mas é o PT o partido que tem maior legitimidade para disputar a boa herança lulista."

O governo de coalizão é criticado pelos candidatos mais alinhados à esquerda. "A questão principal [...] é a aliança com os inimigos históricos dos movimentos sociais, o governo de coalizão. Essa crise toda se iniciou quando a cúpula do PT, começou a fazer política nos mesmos moldes dos outros partidos. É a aliança com PMDB, PP, PTB. [...] A crise só deve aumentar enquanto continuar essa política de conciliação de classes do governo e da cúpula do PT", afirma Miranda.

Para Sokol, essa política de coalizão provoca novos arranhões à imagem do PT. Ele cita o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) --que deixou o cargo depois de ser denunciado por suposto envolvimento com o valerioduto tucano de 1998.

"Se continuar a política da coalizão, de crise em crise, hoje Mares Guia, amanhã não sabemos, é o próprio PT que está ameaçado", diz.

Sokol defende o rompimento com partidos como o PP de Paulo Maluf (SP) e o PMDB de Jader Barbalho (BA) e Renan Calheiros (AL). "Penso que não há ética possível para um partido de trabalhadores, estando numa coalizão com Maluf, Jader Barbalho e Renan Calheiros. Nem é razoável, como pregam alguns candidatos a presidente, o PT formar a "ala esquerda" ou "ética" desta coalizão. Ninguém entrou no PT para ser a ala esquerda de Maluf, Jader ou Renan. Ao contrário, fundamos o PT para combater os interesses e os métodos desta gente."

Sem mencionar nomes, Cardozo também fala do rompimento com partidos que adotam práticas de gestão reprovadas pelo PT. "O partido não se abateu, mas exige o fim daquele modelo de direção que criou espaço para as práticas partidárias que reprovamos em outros partidos", afirma Cardozo.

Política econômica

Os candidatos divergem sobre a política econômica do governo Lula. Os candidatos mais alinhados com a esquerda são críticos. "Somos favoráveis ao fim da política de superávit fiscal primário para o pagamento da dívida, não apenas a uma redução do superávit ou, questões interligadas, da taxa de juros que atrai o capital externo para refinanciar a dívida", diz Sokol.

Tatto afirma que existe um certo conservadorismo no modelo adotado. "Quanto à política de juros, ela vem sendo conduzida de maneira responsável, porém conservadora. O país precisa acelerar a diminuição da taxa de juros", diz Tatto.

Cardozo defende a política que, segundo ele, "prioriza a geração de empregos e o aumento da renda dos trabalhadores e trabalhadoras deste país". "A estabilidade econômica e o controle da inflação são elementos essenciais deste processo. A política de redução de juros está correta deve ser seguida e sua velocidade depende da análise correta de cada momento."

Berzoini também faz elogios. Eu aprovo a política econômica que tirou o Brasil do impasse econômico do governo FHC e reduziu a dívida interna, a externa e mais que duplicou as exportações."

Pomar não faz críticas à política econômica do governo, mas alfineta o que ele chama de ortodoxia do Banco Central. "Há um conjunto de ações em favor do crescimento econômico, da distribuição de renda, da ampliação do investimento público, inclusive das políticas sociais. Para que esta tendência se consolide, os juros tem que cair muito e rapidamente. A ortodoxia do Banco Central prejudica o país."

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