Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/07/2000 - 20h41

Monteiro de Barros diz que empresário paga as contas de ACM em São Paulo

Publicidade

da Folha Online e da Agência Folha

O empresário Fábio Monteiro de Barros Filho, um dos responsáveis pela obra superfaturada do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, declarou em entrevista à revista "Isto É" que o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), tem suas contas pagas em São Paulo por João Carlos Di Gênio, dono da maior universidade particular do Brasil, a Unip.

"O Di Gênio paga para ele aqui em São Paulo", afirmou Monteiro de Barros. "O ACM pergunta tanto quem viaja no avião de quem, como, quem paga o que pra quem. E o Di Gênio paga tudo pro ACM e ele não sai do avião dele."

Em outro trecho da entrevista à "Isto É", Monteiro de Barros diz que a ligação entre o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, que continua foragido, e o senador Romeu Tuma (PFL) vem da época do regime militar. "Tinha o Tuma dentro do Dops e ele (Nicolau) era o financeiro do DOI-Codi", disse.

O empreiteiro afirmou, ainda, que todas as quinze ligações registradas como suas para o gabinete do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge "tiveram duração de um minuto" e seriam transmissões de fax a pedido do tribunal.

Monteiro de Barros diz que, em Paris, apresentou o presidente Fernando Henrique ao presidente do grupo europeu Calberson, de logística, durante uma feira imobiliária.

Segundo ele, houve negociações com o senador cassado Luiz Estevão para eles se associarem na Incal, mas que esbarraram em problemas técnicos da construção. "O Luiz é um sujeito brilhante, mas muito difícil."

Monteiro de Barros _ao lado do juiz Nicolau dos Santos Neto e do ex-senador Luiz Estevão_ é acusado de desviar verbas das obras inacabadas do TRT-SP, em um total estimado em R$ 169 milhões. O empresário nega as acusações.

"Ele é um ladrão"

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL), disse em Salvador (BA) que o empresário Fábio Monteiro de Barros "é um ladrão".

"Só tem um detalhe: os fatos provaram que ele (Barros) é mais ladrão do que eu pensava. Cadeia nele", disse ACM, no início da noite, em seu escritório político, localizado na sede do jornal "Correio da Bahia".

Barros disse também que ACM utiliza frequentemente aviões que pertencem ao empresário Di Gênio, proprietário da rede de escolas e faculdades Objetivo. Desde ontem sem advogados, Monteiro de Barros não foi localizado para comentar as declarações do senador.

"Não nego para ninguém que João Carlos Di Gênio é meu amigo íntimo. Só que, quando estamos juntos, o que acontece com frequência, cada um paga as suas contas", disse o presidente do Senado, antes de receber deputados e candidatos às próximas eleições em audiência.

João Carlos Di Gênio foi um dos padrinhos de casamento de Carolina Magalhães, neta do presidente do Senado.

ACM disse também que não daria resposta às declarações do vice-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Humberto Souto.

Em Porto Alegre (RS), o vice-presidente do tribunal disse que o senador baiano quer tirar o presidente Fernando Henrique Cardoso do "foco da crise".

"Eu não vou 'dar a ousadia' de responder a uma pessoa que nem sequer é presidente do TCU." Os baianos utilizam a expressão ''dar a ousadia'' para dizer que preferem ignorar declarações feitas por outras pessoas.

Segundo ACM, Souto está contrariado porque "eu disse que lá (TCU) não deve ser a casa de deputados e senadores. Lá deve ser a casa de pessoas competentes. Excepcionalmente, de deputados e senadores competentes", disse ACM.

Antonio Carlos Magalhães também comentou a pesquisa Datafolha publicada ontem, que mostrou que 45% dos entrevistados acreditam que o presidente Fernando Henrique Cardoso esteja envolvido nas supostas irregularidades que teriam sido praticadas pelo seu ex-secretário geral Eduardo Jorge Caldas Pereira.

Clique aqui para ler mais sobre política na Folha Online.

  • Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online

    "É claro que Fernando Henrique Cardoso vai superar esta crise", concluiu o pefelista.
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página