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17/12/2007 - 21h08

Prefeitura nega ter planejado invasão a aldeia em Tocantins

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FELIPE BÄCHTOLD
MATHEUS PICHONELLI
da Agência Folha

A Prefeitura de Cachoeirinha (TO) negou hoje ter planejado a invasão a uma aldeia indígena apinajé que resultou na morte de quatro pessoas no último sábado.

Pelo menos cinco pessoas encapuzadas, incluindo dois secretários municipais de Cachoeirinha, invadiram a reserva, em São Bento do Tocantins (566 km de Palmas), com a intenção de recuperar um trator.

O veículo, da Prefeitura de Cachoeirinha, estava retido havia duas semanas pelos índios como forma de protesto pela instalação de energia elétrica e de uma ponte.

Quatro invasores foram cercados pelos apinajé e mortos a pauladas durante a tentativa de resgate do trator. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar o caso, mas até agora ninguém foi preso.

Segundo o assessor jurídico da Prefeitura de Cachoeirinha, Rodrigo Coelho, se houve planejamento da ação, os responsáveis foram os dois secretários --de Finanças e Agricultura-- que acabaram mortos na investida. Ele negou participação do prefeito Messias de Oliveira (PT).

Segundo Coelho, o prefeito estava viajando no dia dos crimes. A Polícia Militar afirma que Oliveira esteve no local para retomar o trator.

Temendo represálias de moradores, a PF determinou que cerca de cem índios da aldeia fossem deslocados para um local na reserva a 60 km do local das mortes.

A PF informou que os corpos das vítimas ficaram no local por sete horas no sábado até que os apinajés liberassem a retirada.

A Prefeitura de Cachoeirinha diz que vinha tentando negociar com os apinajés a liberação do veículo. O município pediu à Funai (Fundação Nacional do Índio) e ao Ministério Público para intermediar o caso.

A Funai, em nota, informou que estava em negociação com os apinajés para "devolução pacífica" do trator. Disse que a entrada em terra indígena precisa ter sua autorização, o que não ocorreu no caso.

Os índios afirmam que os invasores entraram atirando. Segundo José Barcelos, do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), as lideranças disseram que não conseguiram "conter a euforia das pessoas" que espancaram os invasores.

A PF vai ouvir todas as pessoas que estavam na aldeia no dia para tentar identificar os responsáveis pelas mortes.

 

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