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19/12/2007 - 07h59

Cacique diz que índios só reagiram à invasão de aldeia em Tocantins

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FELIPE BÄCHTOLD
da Agência Folha

O cacique da aldeia Buriti, em São Bento do Tocantins (TO), onde quatro homens foram mortos no sábado, disse ontem que os índios apenas se defenderam da invasão à reserva apinajé.

Na ocasião, cinco pessoas encapuzadas e armadas, incluindo dois secretários da Prefeitura de Cachoeirinha (TO), entraram na aldeia para retomar um trator da administração municipal que havia sido retido pelos índios em um protesto. Quatro acabaram mortos a pauladas.

Segundo o cacique Oscar Fernandes Apinajé, os invasores entraram na reserva atirando, o que obrigou os índios a revidar ao ataque. "Ou morre ou se protege", disse à Folha.

A invasão ocorreu em meio a uma confraternização entre aldeias. Quando perceberam a entrada dos invasores, os índios os cercaram e espancaram. O cacique disse que a maior parte dos índios presentes participou do ataque, incluindo mulheres e adolescentes. Afirmou ainda que um apinajé foi atingido por um tiro disparado pelos invasores, mas não corre mais perigo.

"A gente não fez por mal. A gente estava na nossa festa. Infelizmente esses homens chegaram e a gente agiu em defesa", disse.

O apinajé culpou o prefeito de Cachoeirinha, Messias de Oliveira (PT), pelas mortes. Para ele, o prefeito deveria ter resolvido o caso pela "diplomacia". O cacique também falou que os invasores estavam bêbados quando foram à reserva.

A Prefeitura de Cachoeirinha nega que tenha planejado a investida contra a aldeia e afirma que o prefeito não teve participação no caso. Segundo o município, a ação foi tomada apenas pelos dois secretários mortos no episódio.

A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as mortes. O cacique Oscar disse não temer a eventual prisão de índios. "'Alguém pode ser preso, mas não índio. O índio não tem culpa. Quem tem culpa é quem mandou e montou [a entrada na aldeia]", afirmou. "Nenhum de nós chega invadindo um local assim."

 

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