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Em greve de fome, d. Cappio apresenta alteração de suas funções renais
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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Sobradinho
Os rins do bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, 61, são os primeiros órgãos do religioso a demonstrar sinais de alteração após seus 21 dias de greve de fome, completados ontem, contra a transposição das águas do rio São Francisco.
Testes laboratoriais divulgados hoje em Sobradinho (540 km de Salvador), onde d. Luiz jejua, revelam sinais de alteração nas funções renais. Segundo boletim divulgado pelo médico que acompanha o bispo, frei Klaus Finkam, a alteração "merece maior observação, no sentido de melhorar a diurese".
Finkam disse que ainda não há comprovação de danos renais. "Vamos acompanhar dia a dia." O médico afirmou que d. Luiz "continua apresentando fragilidade física", com perda de mais meio quilo em 24 horas. Seu peso era de 64 kg ontem, 8,5 kg a menos do que quando iniciou o protesto.
O boletim informa ainda que o bispo "reafirmou seu propósito de continuar o jejum". Essa decisão levou o médico a submeter a Cappio um termo de responsabilidade em que ele declara querer manter a greve de fome, apesar de ter sido alertado sobre os riscos do jejum prolongado ao organismo. O documento, assinado pelo bispo, será renovado todos os dias.
Exposição reduzida
Hoje, mais uma vez, Cappio evitou se expor em público --o fez apenas duas vezes, e por pouco tempo. Pela manhã, recebeu caravana com cerca de 400 romeiros de Petrolina (PE). Abatido e amparado por parentes e amigos, sentou-se em uma cadeira, à sombra de uma árvore, e cumprimentou as pessoas em fila.
Crianças vestidas de anjo levavam um cartaz em que pediam que ele permanecesse vivo. Fiéis choravam ao tocá-lo. Cappio agradecia murmurando e acenando com a cabeça.
Percebendo seu cansaço, assessores abriram as portas da igreja de São Francisco e anunciaram uma benção coletiva.
O bispo foi levado ao altar e rezou para a capela lotada. Depois, se recolheu novamente. Do lado de fora, cerca de 50 pessoas jejuavam em apoio ao religioso. "O bispo é o protetor dos pobres", disse a agricultora aposentada Carlinda Maria de Jesus, 71, que afirma jejuar desde sábado por períodos de 23 horas.
"Vou ajudar o coitadinho, é gente fina", afirmou. Para ela, Cappio está em greve de fome "pelo bem do povo". "Se tirarem a água do rio, os bichos de lá acabam com a gente. Tem muita fera e cobra feroz lá para engolir a gente", declarou.
A aposentada faz apenas uma refeição ao dia, no jantar. Ela toma sopa com macarrão e vai dormir. De manhã, caminha até a igreja e se senta debaixo de uma barraca de lona plástica, onde bebe apenas água. Ao anoitecer, volta para casa, janta e vai dormir. "Eu queria fazer um jejum como o do bispo, mas acho que teria morrido com uns cinco dias, talvez seis."
Leia mais
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- Carta da CNBB a religioso critica jejum
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Agora isso não vai acontecer, quem não abre mão de ter as relatorias e de controlar a "prisidença" do Senado? Outro caminho seria o TCU ou a polícia federal. Qualquer um chega as mesmas conclusões:
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"- O seu dinheiro é a nossa energia!!"
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