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23/12/2007 - 12h51

Lula admite conter despesas e deixa no ar revisão sobre tributos

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CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo

Uma semana depois de desautorizar o ministro da Fazenda Guido Mantega, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que busca uma fonte de receita que substitua, ao menos parcialmente, a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

Em São Paulo para confraternização da Associação Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, Lula disse que haverá cortes de despesas até que governo e Congresso --inclusive oposição-- "encontrem uma solução de como repor os R$ 40 bilhões ou parte" deles.

"O governo vai ter que fazer contenção de despesas, e vamos ver o que vai ser criado, de novo, para a gente poder compatibilizar os R$ 40 bilhões que vão faltar no Orçamento."

Lula nem sequer descartou aumento de alíquotas. "Não posso dizer o que vai haver e o que não vai haver. Vamos decidir só a partir de janeiro."

Questionado se a conversa incluiria a oposição, afirmou: "Com todo mundo, porque cada senador vale um voto, seja ele da oposição ou da situação".

Ele frisou que não haverá "um centavo de corte" nas políticas sociais e minimizou a derrota. "De vez em quando, acham que o presidente ficou nervoso, ou o presidente foi derrotado. Nem fiquei nervoso, nem fui derrotado. Não fui eu quem criou a CPMF".

Para Lula, o placar foi um produto da democracia. "O Brasil teve momentos mais fáceis, em que o Congresso não apitava nada, porque foi fechado. Queremos que o Congresso seja o mais livre, o mais autônomo, possível. E isso acontece."

Pouco antes, ao discursar para os catadores, Lula se queixou da equipe. Cobrado por líderes do movimento, o presidente se disse "decepcionado" e "frustrado" ao ser informado, já no evento, que um convênio com a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e Ministério do Trabalho, no valor de R$ 35 milhões, não saira do papel.

"Tem acordo que foi feito, ainda quando o Marinho era ministro do Trabalho, e não saiu o dinheiro, porque está parado na mão de alguém. Agora, eu chego aqui sem saber disso", queixou-se o presidente, para quem os funcionários públicos não autorizam gastos temendo sanções do Ministério Público e do Tribunal de Contas.

"O funcionário público trabalha com muito medo", disse.

No caso dos catadores, o movimento não tem pessoa jurídica para assinatura de convênio. Mas, ontem mesmo, o chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, prometeu liberar R$ 15 milhões este ano.

"Se vocês estiverem negociando com os ministros e, depois de três ou quatro reuniões, não tiverem uma solução, é porque não tem consenso. Se não tiver consenso, isso tem que ir para a minha mesa. Se não, fica o ano inteiro sem consenso", sugeriu Lula, comparando a situação à de um pai que acredita "que o filho está trancado no quarto estudando, e ele não está coisa nenhuma".

Ao lado do coordenador da pastoral do povo de rua, padre Júlio Lancelotti, Lula criticou "aqueles que têm estudo e que jogam lixo na rua".

Tem gente que pensa que é melhor do que vocês, mas são eles que jogam o lixo na rua, são eles que não fazem a reciclagem direta. Se não houvesse os "sujismundos", não precisava ter os catadores.

Foi a primeira vez em que Lula encontra o padre Lancelotti, desde agosto, quando, acusou um ex-interno da Febem de extorsão. O padre foi acusado pelo ex-interno de corrupção de menores, mas nada foi provado.

Comentários dos leitores
Eduardo Giorgini (488) 27/01/2010 11h27
Eduardo Giorgini (488) 27/01/2010 11h27
Fim da estabilidade de servidores públicos seria uma saída respeitosa ao gargalo de crescimentoe diminuição de gastos.
Herança do Brasil colonial, serviço público fica refem de sindicatos que defendem, obviamente, somente aumentos de salarios e regalias e estão nem ai para a sociedade privada, que os sustentam.
Mas se pensar, precisamos de uma reforma generalizada, ou seja, um "Nascer de novo" que o torna totalmente inviavel.
Complicado a situação do Brasil.
[]s
Eduardo.
sem opinião
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Pedro Carvalho (2) 28/09/2009 13h40
Pedro Carvalho (2) 28/09/2009 13h40
É errado fazer essa divisão de quem merece mais ou quem merece menos, pois, a princípio, todos os partidos são iguais. No entanto, nós sabemos disso, que, se o DEM ou o PSDB estivesse no poder, ele também iriam fazer a mesma coisa. Isso sempre existirá nessa política pobre que é a brasileira. 1 opinião
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Hilton Leonel (6) 08/09/2009 18h15
Hilton Leonel (6) 08/09/2009 18h15
VIVA O PMDB: ESTÁ SEMPRE PRONTO PARA PREJUDICAR O POVO. QUE SAUDADE DE ULISSES
GUIMARÃES. O povo Brasileiro não aguenta mais.
sem opinião
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