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20/08/2002 - 08h33

Ciro cerca empresários de peso e economistas liberais

GUILHERME BARROS
JULIA DUAILIBI
da Folha de S.Paulo

O presidenciável Ciro Gomes (PPS) intensificou nos últimos dias um movimento de aproximação com grandes empresários e economistas renomados que pertencem ao "mainstream" e têm ou tiveram relação ou afinidade com o governo Fernando Henrique Cardoso.

Mais do que visar a montagem de uma eventual equipe ministerial, esses contatos buscam atrair apoio político e credibilidade ao projeto de poder do candidato.

Além do economista José Alexandre Scheinkman, incorporado a sua coordenação de campanha, a Folha apurou que Ciro já conversou com Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Grupo Gerdau e um dos líderes empresariais mais ligados a FHC, e com o economista Pérsio Arida, que presidiu o Banco Central nos primeiros anos do governo tucano e foi um dos autores do Plano Real.

De acordo com o que a Folha apurou, todos esses encontros têm sido articulados pelo ex-governador do Ceará Tasso Jereissati, do PSDB.
Apesar de estar em partido rival, Tasso, que é candidato ao Senado, tem sido a grande ponte entre Ciro e o empresariado.

Outro que, ao lado de Tasso, também tem trabalhado nessa aproximação de Ciro com empresários e economistas é o investidor Carlos Alberto Sicupira, da GP e sócio da cervejaria AmBev. Foi Sicupira quem levou Scheinkman ao encontro de Ciro e Tasso, na semana passada.

Jorge Gerdau Johannpeter lidera a Ação Empresarial, grupo muito influente de empresários com forte atuação nos bastidores da política. Até bem pouco tempo, era considerado eleitor do candidato José Serra, do PSDB.

Nas últimas semanas, Gerdau tem feito vários elogios à candidatura de Ciro. Ele também tem sido um dos empresários que mais apóiam a candidatura do ex-governador Antônio Britto (PPS) para o governo do Rio Grande do Sul. Britto é do mesmo partido de Ciro Gomes. Nas últimas pesquisas de intenção de voto, Britto lidera a corrida para governador, contra o petista Tarso Genro.

Procurado pela Folha, Gerdau disse que não iria comentar nada sobre o assunto. A Folha apurou, no entanto, que Gerdau é um dos empresários que têm contribuído com recursos financeiros para a campanha de Ciro.

Há pouco tempo, circulou no comitê de campanha de José Serra a versão de que Gerdau teria aderido à campanha de Ciro depois de ter sido informado que a fusão da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) com a anglo-holandesa Corus seria aprovada pelo governo. Gerdau nega essa versão.

O curioso é que outro empresário que também tem manifestado apoio à candidatura de Ciro Gomes é Ricardo Steinbruch, do Grupo Vicunha, e irmão de Benjamin, presidente da CSN.

Já no encontro de Ciro com Persio Arida, não foi definida a forma pela qual o economista poderia contribuir com a campanha. A Folha apurou que o candidato chegou a convidar Arida para ocupar o Ministério da Fazenda no primeiro ano de seu eventual governo, numa dobradinha com Scheinkman no Banco Central.

O economista não disse sim nem não. Respondeu apenas que poderia voltar a conversar com o candidato, no caso de ele vencer as eleições. A reportagem não conseguiu localizar Persio Arida.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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