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22/08/2002 - 08h14

Alckmin cola em Covas; Genoino, em Lula

RENATA LO PRETE
da Folha de S.Paulo

Muito Covas e nenhum Serra. A estréia da propaganda televisiva do governador Geraldo Alckmin foi pródiga em menções a seu antecessor e não fez referência ao candidato do PSDB ao Planalto.

Foi total o descolamento entre as campanhas tucanas paulista e federal. Não houve texto ou imagem que lembrasse José Serra, terceiro colocado na disputa pela Presidência. Nos dois horários do rádio, apenas uma citação protocolar da chapa completa, incluindo os candidatos ao Senado.

Já o governador morto em março de 2001 foi mencionado repetidas vezes na TV. Primeiro pelo locutor, que apresentou Alckmin como "amigo leal e solidário" de Mário Covas. Depois pelo candidato. Entre sua personalidade e a de Covas, disse, existiam "mais semelhanças que diferenças".

No rádio, além das referências, foi veiculado um áudio em que Covas elogia a "integridade" do afilhado político. Palavras como essa -e frases como "corrupção é a destruição da alma"- pontuaram a propaganda.

Elas indicam que Alckmin, espelhando-se no que fez Covas em 1998, vai explorar a "questão do caráter" na tentativa de reverter a desvantagem em relação a Paulo Maluf (PPB), que lidera a disputa com 40% das intenções de voto. O governador, que nos programas virou apenas "Geraldo", aparece em segundo lugar, com 24%.

Maluf abriu sua temporada de TV com um programa sobre educação. Com menos da metade do tempo do principal adversário, voltou as baterias contra o sistema de progressão continuada vigente no ensino público paulista.

Esse modelo, no qual a reprovação do aluno pode ocorrer apenas ao final de ciclos de quatro anos, é marca da administração tucana em São Paulo e um dos três pontos mais martelados por Maluf em sua campanha, ao lado da violência e dos preços dos pedágios nas rodovias estaduais.

O texto apresentado pelo pepebista apelou às mães e condenou o "crime" de ter na quinta série "crianças que não sabem ler nem escrever". No programa da tarde, a fala do candidato foi complementada por jingle de teor semelhante cantado por uma menina.

À diferença de Alckmin, José Genoino (PT) fez questão de apresentar-se colado ao candidato presidencial de seu partido, primeiro colocado nas pesquisas.

Lula foi citado e apareceu ao lado de Genoino, que obteve 10% das intenções de voto no Datafolha mais recente. Além disso, o programa vespertino seguiu, em forma e conteúdo, o modelo do que foi exibido por Lula anteontem no mesmo horário. Ambos trataram de geração de emprego.

Além da imagem do presidenciável, foi ao ar depoimento da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, cada vez mais presente em eventos das campanhas petistas.

"Escada"
Dois candidatos pequenos serviram de "escada" para os presidenciáveis de seus partidos, que assim ganharam exposição além da que lhes é destinada às terças, quintas e sábados. Ciro Gomes (PPS) surgiu no horário de Antonio Cabrera. Anthony Garotinho (PSB), no de Luis Carlos Pitolli.

Houve menos diferença entre os programas vespertino e noturno do que na estréia dos presidenciáveis. À noite, Maluf ampliou o leque de críticas à gestão Alckmin. O tucano apresentou mais obras. E Genoino saiu do estúdio para enumerar prioridades em frente ao Palácio dos Bandeirantes.

Se na estréia da TV cada um dos grandes atirou para um lado (e vários pequenos atiraram contra Alckmin), no rádio o denominador comum foi a questão da segurança, central na sucessão paulista e diariamente abordada na programação regular desse veículo.

Com ênfase variada, todos os candidatos trataram do assunto. A nota folclórica ficou por conta de Ciro Moura (PTC), que sugeriu "bola de ferro no pé e enxada na mão" como tratamento a ser dado aos detentos do Estado.

Na televisão, o horário gratuito da tarde alcançou 27,6 pontos no Ibope no conjunto das emissoras que o apresentaram (cada ponto equivale a 47 mil domicílios na Grande São Paulo).

O número é praticamente igual ao registrado anteontem. Há uma semana, quando ainda não havia propaganda gratuita, a audiência total no horário foi de 41,4 pontos. A diferença significa que cerca de 40% dos aparelhos que costumam estar ligados no início da tarde não permaneceram sintonizados na propaganda eleitoral.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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