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Fazenda já tinha "problemas", diz primo de Blairo Maggi
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JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha
RODRIGO VARGAS
da Agência Folha, em Campo Grande
Eraí Maggi, um dos donos do grupo Bom Futuro, afirmou à Folha que a fazenda já tinha "problemas trabalhistas" quando foi arrendada, há pouco mais de um ano, e que vem fazendo melhorias.
Ainda assim, ele assume que algumas irregularidades persistem na propriedade, que figurou na "lista suja" de fazendas com trabalho análogo à escravidão entre 2005 e 2007. Pela lei, o arrendatário é responsável pela situação dos trabalhadores.
"Desde que assumimos, estamos melhorando as condições de trabalho, na medida do possível. Já temos cantina e refeitório de primeira. Agora, é preciso lembrar que faz pouco tempo e que nem tudo pôde ser colocado no padrão."
A qualidade da comida servida no local foi confirmada pelo procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso, José Pedro dos Reis.
Sobre possíveis negócios com a Amaggi, de seu primo e governador Blairo Maggi, Eraí disse que "negocia com quase todo mundo" no Estado, mas não com a empresa da qual Blairo é acionista. "Ele tem o grupo dele, e eu, o meu. Não há relação de compra e venda", disse.
Blairo afirmou não saber dizer se as duas empresas têm negócios, até porque, segundo ele, desde 2002, quando se elegeu governador, se afastou de Rondonópolis (MT), sede da Amaggi.
Sobre Eraí, disse que ligou para o primo, com quem tem "boas relações", e que ouviu a mesma versão dada à Folha sobre as irregularidades encontradas pelo grupo móvel do Ministério do Trabalho. "Nós tivemos até um problema político no passado [em 2002], mas hoje está tudo bem", afirmou.
Eraí disse considerar "louvável" a ação do grupo móvel e que pretende seguir todas as recomendações para se ajustar. "Realmente, precisamos fazer algumas melhorias no alojamento", afirmou.
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Enquanto as elites não assumirem publicamente com ações, a sua história escravocrata, esses casos irão se repetir e se perpetuar.
Esperamso também que os próximos governos dêem continuidade ao processo de fiscalização.
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No Governo anterior da elite, foi pego no Para, uma fazenda com quase 300 trabalhadores em regime pior que a escravidão do passado. Viu no que que deu? O dono da Fazenda era amigo do FHC, e pior, na hora de punir ainda descobriu que a fazenda estava em nome de outros. Estes outros eram os verdadeiros donos das terras que tinham morrido de mortes estranhas, e ali eram os posseiros. Posseiros que na hora de tirar emprestimos vultuosos são os donos, administradores e tudo mais. Quem denunciava morria. Sumiam com o dinheiro porque eles não eram donos de nada. E ainda veio o Alckimim querendo revitalizar o projeto SUDAN, que sabia de tudo mesmo assim dava didim pra eles, na ideia ficticia que ia desenvolver a |Amazonia.
Abre os olhos só porque não viamos tanta gente presa neste pais, não significa que estava certo.
A coisa corria frouxa, e agora ainda tem muitas irregularidades, e se houver participação de todos ainda podemos melhorar porque neste governo estamos encontrando apoio para ao menos reclamar por justiça.
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