Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/08/2002 - 10h59

Participação em campanhas presidenciais colocam artistas em xeque

LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo

A aparição de Raul Cortez na propaganda eleitoral de Serra, na noite de terça-feira, contrariou a direção da Globo e trouxe à tona uma queda de braço entre as TVs e artistas que querem se engajar em campanhas eleitorais.

Cabos eleitorais cobiçados por políticos, famosos enfrentam resistência das emissoras para aceitar propostas de marqueteiros.

Protagonista de "Esperança", Raul Cortez teve de interromper as gravações da novela ontem para dar explicações a um diretor, braço direito de Marluce Dias da Silva (diretora-geral da emissora). O ator afirmou ao executivo que não havia dado autorização à equipe de Serra para exibir sua imagem no horário eleitoral.

A propaganda do PSDB mostrou cenas de um jantar com artistas realizado na casa de Raul Cortez, no domingo, em apoio à candidatura tucana. Além da imagem do ator, um locutor da propaganda tucana disse seu nome no ar.

Nelson Biondi, marqueteiro do presidenciável do PSDB, disse que Cortez havia ligado ontem para ele pedindo que sua imagem não fosse usada novamente no horário eleitoral. "Mostramos [no programa] fatos da agenda de Serra e, no meio disso, estava registrada a festa do Raul. Ele falou comigo. Já pedi desculpas, e não vamos repetir a imagem", afirmou Biondi.

Atores que estão no ar foram proibidos pela Globo de participar do horário eleitoral e de explorar sua imagem na campanha.

No mesmo programa em que Cortez apareceu, também foi mostrada cena de Regina Duarte abraçando Serra. Ela está em "Por Amor", no "Vale a Pena Ver de Novo".

Como é reprise, a atriz não sabia, na noite de domingo, se podia aparecer no horário eleitoral e afirmou a Serra que iria negociar isso com a direção da emissora. Segundo a Central Globo de Comunicação, não há restrições para quem esteja em reprises.

Quando filmava o evento na casa de Cortez, a equipe de Serra teve dificuldades com globais. Regina Duarte, sua filha, a atriz Gabriela Duarte (que também está em "Esperança"), e o ator Fulvio Stefanini e Cortez não concordaram em gravar depoimentos.

Artistas da Globo disseram à Folha que sempre tiveram de pedir autorização para o uso da imagem nas eleições. Este ano, no entanto, em que a cobertura eleitoral transformou-se em uma das principais vitrines da empresa, mesmo quem não está no ar está sentindo um clima menos favorável à participação em campanhas.

Na Band e na Record, as regras são semelhantes às da Globo. Os artistas que estão no ar não podem aparecer na propaganda eleitoral. Quem não está tem de pedir autorização e sair de licença para se engajar nas campanhas.

Na Rede TV! não há nada definido. Marcelo Rezende, apresentador do policial "Repórter Cidadão" recusou convite para participar da propaganda de Serra, segundo a Folha apurou.

A recusa, no entanto, não teve relação com restrições da direção do canal, tanto que o jornalista agora estuda proposta para atuar no horário eleitoral de Paulo Maluf (PPB), candidato ao governo de SP.

No SBT, do apresentador Gugu Liberato, um dos âncoras de Serra na TV, não há proibição, desde que "a marca da emissora não seja usada". Outro caso de "engajamento" na emissora é o de Sônia Abrão, apresentadora do "Falando Francamente", que já apareceu no horário eleitoral de Maluf.

Veja também o especial Eleições 2002
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade