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Pizzolato nega ligação de Gushiken com repasses para Marcos Valério
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CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio
O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato negou a versão apontada por ele próprio à CPI dos Correios de que o ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo, Luis Gushiken, havia ordenado o repasse de dinheiro à DNA Propaganda, agência de Marcos Valério, acusado de ser o operador do suposto esquema do mensalão. Ele depôs hoje para o juiz Marcelo Granado, da 7ª Vara Criminal Federal.
Pizzolato disse que estava sob pressão na CPI dos Correios e que não tinha condições de raciocinar. Ele acrescentou que foi coagido, ameaçado e humilhado por parte dos parlamentares que o interrogaram.
"Estava sendo pressionado o tempo todo. Eles diziam que eu estava mentindo, que iam mandar me prender", afirmou.
Pizzolato é um dos 40 réus do processo aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal). No depoimento à CPI, em 2005, o ex-diretor do BB afirmara que Gushiken havia dito para ele assinar o que fosse preciso, em referência ao repasse de dinheiro para a agência de Marcos Valério, que era uma das contratadas pela diretoria de marketing do BB.
"Entendi aquilo como uma ordem, não ia confrontar o ministro", disse em depoimento à CPI. Hoje, no entanto, ele não confirmou essa versão nas duas horas de depoimento.
Pizzolato não esclareceu o suposto recebimento de R$ 326 mil em espécie, que teria sido pago por Marcos Valério. Ele se complicou ao tentar explicar a acusação.
O ex-diretor do BB declarou que recebeu uma ligação da secretária de Marcos Valério, para que pegasse documentos para o PT, no Rio de Janeiro, em endereço que disse não se lembrar. Pizzolato acrescentou que estava ocupado, e pediu para que um contínuo da Previ, fundo do qual fazia parte do conselho, buscasse a encomenda.
Pizzolato contou, então, que recebeu dois envelopes lacrados e não viu seu conteúdo. Horas depois, uma pessoa ligada ao PT subiu em seu apartamento e pegou o envelope. Ele destacou que não conhecia essa pessoa.
Questionado pelo juiz se o fato não havia sido estranho, Pizzolato disse não ver problemas na operação, mas que não faria isso novamente. "Hoje, se Deus me pedir para ir amanhã, não faço mais nada. Fiz uma gentileza", disse.
Depois disso, Pizzolato comprou um apartamento no Rio, no valor de R$ 400 mil. Segundo ele, o pagamento foi feito com cheque de R$ 300 mil, oriundo de recursos próprios. O restante foi pago com cartas de câmbio compradas no BB. "Coloquei à disposição da Justiça meus sigilos telefônico, fiscal e bancário", frisou.
O STF acusa Henrique Pizzolato e Luis Gushiken de terem desviado "vultuosas" quantias do Fundo de Investimentos Visanet, do BB. Segundo o processo, esse valor chega a R$ 73 milhões, que eram direcionados à DNA Propaganda. "Nunca autorizei pagamentos, não tinha esse poder", completou.
Ao final do depoimento, Pizzolato, que disse estar aposentado, afirmou que sente revolta e insatisfação pela forma como foi "envolvido nesses fatos". Ele disse ter sido "humilhado, execrado e satanizado" em público no episódio do mensalão.
"Perdi grandes valores que tinha, familiares, boa parte de minha saúde, minhas economias e perspectiva de vida. Tudo a partir de insinuações, hipóteses. Não foi apresentado um documento como prova", afirmou.
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Mau Político é um Pleonasmo Vicioso. Algo como subir para cima, entrar para dentro ou sair para fora...
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Eu vejo os desesperados PeTófilos quererem associar tudo de ruim ao nome de Serra, das chuvas (o dobro da média para o período) às mortes pelas chuvas (muito menos do que no Rio de Janeiro - Angra dos Reis e Ilha grande, cidades e estado governados pelo PMDB, aliados do PT), à enchente no Jardim Pantanal, instalado lá há quase 40 anos, ou seja passou por Abreu Sodré, Maluf, Pitta, Jânio, Erundina, Marta, Serra e Kassab (não nesta ordem), em área de invasão, notadamente em cota mais baixa que o rio Tietê. Agora a culpa é do Serra...
Daqui mais um pouco vamos ler comentários afirmando que o terremoto no Haiti foi culpa do Serra...
É cômico o desespero desse pessoal.
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