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19/02/2008 - 13h59

Parlamentares divergem sobre efeitos da renúncia de Fidel Castro

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RENATA GIRALDI
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Parlamentares da oposição e governo têm avaliações diferentes sobre os efeitos da renúncia do presidente de Cuba, Fidel Castro, após 49 anos no poder. Para petistas, a tendência é de ser instaurado um processo de transição democrática, já integrantes do PSDB avaliam que esse movimento já começou --com a substituição temporária de Fidel por Raul Castro--, sem indicação de mudanças drásticas no país vizinho.

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), evitou o discurso de seus companheiros do PT e advertiu que é necessário rever o conceito de democracia. "O processo revolucionário é diferente do que entendemos por democracia, como é no Brasil. Eu prefiro dizer que o processo revolucionário não se extinguiu. A democracia é um bem universal, mas a constituição do regime cubano cabe aos cubanos", disse.

Para Chinaglia, é fundamental, porém, respeitar o papel de Fidel na história. "É uma mudança profunda, ele sempre foi uma figura central pós-revolução e continuará sendo. Ele [Fidel] está produzindo a transição em vida. Eu acho que todos os que dirigem uma revolução permanecem na história. E serão julgados pela história. A fase administrativa da tarefa burocrática está encerrada", disse.

Para o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), os efeitos da renúncia de Fidel ocorrerão a médio e longo prazo. "A curto prazo [deve ocorrer mudança]. A transição foi bem trabalhada e acirra disputa pela herança [política]. Mas esse conflito [com o tempo] pode dar margem a outros ocupantes, o que não vai ocorrer da noite para o dia", disse Fruet. "Em um primeiro momento, continua a concentração de poder. Não há sinalização de que deve mudar a curto prazo", reiterou.

Já para integrantes do PT, a renúncia de Fidel indica que há democracia em Cuba. "Isso mostra que Cuba tem democracia. A transição já ocorre. Mas espero sinceramente que a população cubana seja respeitada e que os Estados Unidos não queiram transformar Cuba em um bordel como era antes [da revolução]", disse o deputado Carlito Merss (PT-SC).

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) afirmou que Fidel cumpriu seu papel histórico e encerrou um ciclo. "A renúncia de Fidel já estava mais ou menos anunciada. Ele cumpriu o ciclo histórico e teve um papel na história mundial. É uma liderança [que é referência]. Mas acredito que haverá um período de agitação política", afirmou.

Comentários dos leitores
Alessandro Conegundes (1) 20/02/2008 11h38
Alessandro Conegundes (1) 20/02/2008 11h38
BELO HORIZONTE / MG
Entre o oito e o oitenta, quando se trata de Fidel Castro, com certeza poder-se-ão encontrar fãs e opositores ardorosos! Enquanto uma dessas facções de críticos do líder político se apega às milhares de mortes dos opositores ao comandante Fidel, de outro lado, estão aqueles que o enxergam como o magistral homem do poder, único capaz até os tempos atuais a sustentar sua posição categoricamente antagônica aos Estados Unidos por anos seguidos.
Para os habitantes desta terra Tupiniquim, o fato deveras importante é: nosso Presidente Lula já representa peça chave nesse tabuleiro de xadrez político. Para o tio Sam é a chave para a ligação entre os donos do mundo e os cubanos, mas Lula também assumirá o papel de conector da ilha com os demais países sul americanos. Portanto, um papel de destaque na esfera da política internacional. O Brasil sai dos bastidores, enfim, para colocar a nossa nação emergente nos rumos do protagonismo do jogo diplomático!
sem opinião
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porfirio sperandio (122) 20/02/2008 10h31
porfirio sperandio (122) 20/02/2008 10h31
BRAGANCA PAULISTA / SP
A sorte Cubana e' sinceramente uma tragedia pra mim pessoalmente.
Eu admiro o Sr Fidel por toda sua garra, sua compaixao pelas causas latinas, e principalmente pelo seu apoio ao Brasil como nacao.
Tenho conhecidos que ficam enfurecidos por chama-los apenas "conhecidos", e que por muitos anos, viram no Senhor Fidel Castro conforto e seguranca em uma epoca de disturbio no meu Brasil...
Mas tenho "amigos" que adoram me ouvir chamando-os de amigos, os "amigos de Cuba".
Balseros por destino, me enebriavam com noites de estorias e entretenimento nas ruas de South Beach e noroeste de Hialeah, onde me contavam em um espanhol quase aportuguesado num esforco pra me fazer entender, as alegrias e tragedias familiares de gente atravessando o estreito que liga Key West - o ponto mais sul dos EUA com as praias de Havana, dentro de uma camara de roda de trator...
De um lado os meus ideais me convencem do bem que um estadista como Fidel fez aos culhoes latino-americanos. Mas do outro, meu coracao me alarma as angustias que um dia me relatavam meus amigos de Cuba.
So' espero que Cuba retorne a Cuba, e que as magoas entre as duas faccoes, sejam de alguma maneira superadas e possam voltar um dia ao que sempre foi ...
Toda Suerte Cuba ! - El Brasileño de San Pablo
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