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Chegada da família real aprimora serviço postal no Brasil
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WANDERLEY PREITE SOBRINHO
Colaboração para a Folha Online
A chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, aprimorou o serviço postal da então colônia. O serviço postal já existia no Brasil desde 1663, ano em que a coroa terceirizou a distribuição das correspondências ao criar o Correio-Mor.
Naquela época, era o próprio capitão do navio que separava as correspondências das pessoas mais conhecias. Ele as entregava a um dos destinatários, que ficava com a missão de distribuir o restante.
O Correio funcionou assim até 1797, quando d. João, ainda em Portugal, acabou com o sistema e repassou para a coroa a missão de controlar as correspondências. No ano seguinte, ele expediu um alvará estabelecendo o Correio Marítimo, com navios especialmente reservados para executar o serviço.
Ao regulamentar os correios no Brasil no ano seguinte, o príncipe incumbiu d. Fernando José de Portugal e Castro, então secretário dos Negócios do reino, de reformular e reaparelhar o serviço postal da época.
"Essa regulamentação permitiu que o reino estabelecesse contato com as outras colônias, já que a capital do império passou a ser o Rio de Janeiro", diz o historiador José Luiz Peron, assistente técnico dos Correios. "Antes, o Brasil só podia se corresponder com Portugal."
"Para receber a carta em casa era preciso pagar um valor adicional", diz Peron. "No Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, as entregas aconteciam de duas a três vezes por semana, enquanto no interior do Brasil elas eram quinzenais."
As cartas que não eram entregues ficavam no prédio dos Correios aguardando que as pessoas fossem buscá-las. No pavimento térreo havia cartazes indicando a cidade de origem das cartas e o nome dos destinatários.
Mas foi só em 22 de novembro de 1808 que d. João assinou o primeiro 1º Regulamento Postal do Brasil, que abriu caminho para o funcionamento regular dos Correios Marítimos e a emissão de novos decretos.
Naquela época, o sistema rendia prejuízos para os cofres reais, mas era indispensável para a coroa em razão de sua utilidade política e administrativa. Sem esse serviço não era possível governar, já que não havia outro meio de comunicação.
"Esse sistema era bastante deficitário", diz Peron. O serviço postal começou a se expandir a partir de 1829, já no Brasil independente, quando foi criado o Correio Geral da Corte, que passou a administrar o sistema postal das provínciais.
Foi somente em 1842, já com d. Pedro 2º, que os selos foram implantados e o sistema postal se profissionalizou. "Mas o serviço só chegou ao país todo no começo do século 20", diz Peron.
Correios hoje
Hoje o serviço postal é feito pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), criada em março de 1969 e ligada ao Ministério das Comunicações.
Para quem imaginava que o setor sofreria com o advento da internet, uma surpresa. No ano passado, a companhia registrou um lucro de R$ 870 milhões, muito em razão da própria rede mundial de computadores.
"Com a internet, a atividade do correio ganhou um novo foco", diz Menassés Leon Nahmias, diretor de tecnologia e infra-estrutura dos Correios.
"Somos nós que entregamos a maior parte das compras feitas pela internet", diz Nahmias. "Hoje em dia, apenas 52% das atividades do ECT estão ligadas ao envio de cartas."
Já no balcão das 12 mil agências da empresa, circulam, em média, 2 milhões de pessoas e 35 milhões de objetos todos os dias, segundo o diretor.
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