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Índios libertam todos os reféns no Xingu
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RODRIGO VARGAS
da Agência Folha, em Cuiabá
Os índios da etnia ikpeng libertaram ontem os 14 reféns que mantinham desde a semana passada em uma aldeia do Parque Nacional do Xingu (na região norte de Mato Grosso).
Os primeiros a serem libertados foram os ecólogos Dionei da Silva, 38, e Manoel dos Santos Filho, 38, e o engenheiro florestal Fabrício Alves de Moura, 35, que desembarcaram em um avião da Funai, na manhã de ontem, em Cuiabá.
As negociações continuaram ao longo do dia e, por volta das 19h (horário de Brasília), o impasse terminou com a chegada de mais dois aviões monomotores ao município de Canarana (820 km de Cuiabá). Neles vieram os outros cinco pesquisadores restantes, além de cinco funcionários da Funai e um piloto.
Os pesquisadores estavam no Xingu a serviço do Instituto Creatio, contratado pela empresa Paranatinga Energia S/A para o levantamento de impactos sócio-ambientais da usina Paranatinga 2, recentemente construída no rio Culuene, um afluente do rio Xingu. Os índios questionam os efeitos da obra para as 14 etnias que vivem no parque.
Ontem, a Paranatinga divulgou nota lamentando "a atitude extremada de um pequeno grupo de índios". Como parte do acordo para a libertação dos reféns, 50 representantes da etnia seguem hoje em um ônibus fretado para Brasília, onde participam de uma reunião com a direção da Funai.
De acordo com a assessoria do Instituto Creatio, os pesquisadores libertados estão "fisicamente bem", mas "muito abalados psicologicamente". A continuidade do trabalho, segundo o instituto, depende agora do rumo da negociações em Brasília.
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