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03/03/2008 - 22h11

Justiça determina quebra de sigilo de PM investigado na Operação Xeque-Mate

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MATHEUS PICHONELLI
da Agência Folha

A Justiça de Mato Grosso do Sul determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário do tenente-coronel Marcos Antônio David dos Santos, ex-chefe da inteligência da Polícia Militar no Estado, após conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal indicarem possível envolvimento do militar com a máfia dos caça níqueis.

O esquema foi investigado pela Polícia Federal, em 2007, durante a Operação Xeque-Mate. O alvo era uma quadrilha acusada de contrabando de componentes eletrônicos, corrupção e tráfico de drogas, que movimentava cerca de R$ 250 mil por dia com o jogo de azar.

O pedido foi feito pelo promotor Gerardo Eriberto de Moraes. A quebra de sigilo bancário e fiscal foi determinada em 28 de fevereiro pelo juiz Francisco Gerardo de Sousa.

Santos é investigado por suposto envolvimento nos crimes de contrabando ou facilitação de contrabando de máquinas caça-níqueis. O material começou a ser analisado pela Promotoria há três meses.

De acordo com o magistrado, a análise das gravações, cujo conteúdo está sob segredo de Justiça, há indícios de que o militar tenha obtido "vantagens ilícitas" e deu "cobertura" aos envolvidos na máfia, "facilitando-lhes o negócio escuso".

Segundo a Folha apurou, David dos Santos é suspeito de ter como função contatar os envolvidos no esquema, para avisar e dar proteção, sempre usando senhas, sobre ações da polícia contra a atividade.

A idéia é investigar se há indícios de enriquecimento ilícito por parte do acusado. "Há conversas muito comprometedoras envolvendo o tenente-coronel. Isso nos preocupou porque se trata de alguém que era chefe da inteligência da polícia", disse o promotor.

O tenente-coronel já foi ouvido pela Polícia Federal e negou as acusações.

Em junho do ano passado, o Ministério Público Federal, que também investiga o caso, denunciou 39 pessoas sob a acusação de pertencerem à máfia. Não foi incluído o nome do aposentado Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No inquérito da PF foram indiciadas 58 pessoas. Entre denunciados estavam Dario Morelli Filho, compadre do presidente Lula, acusado de contrabando, formação de quadrilha e falsidade ideológica.

Por meio da assessoria da PM no Estado, a reportagem tentou ouvir o militar, mas, até o início da noite, não obteve resposta.

 

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