Mercadante defende diálogo para aprovar reforma tributária neste ano

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) defendeu nesta quinta-feira o diálogo como forma de o Congresso aprovar a reforma tributária até o fim do ano, apesar das eleições municipais de outubro. "É preciso entendimentos dos homens públicos. E é preciso generosidade política nas atitudes", afirmou o parlamentar, após encontro com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), para discutir a proposta enviada pelo governo.

"O Congresso já mostrou que é capaz de votar matérias relevantes quando há entendimento, e também tem demonstrado que não vota as coisas mais simples quando há desentendimento e divergência", afirmou.

Mercadante admitiu que o Congresso já tentou várias vezes votar a reforma tributária, mas não conseguiu porque essa não é uma tarefa só do governo, mas de todos os políticos, inclusive de Aécio.

"Não haverá reforma tributária se uma liderança como Aécio Neves não se mobilizar em relação aos governadores deste país, tentar ouvir quais são as diferenças, sempre na perspectiva de buscar o entendimento. E acho que é possível fazer reforma tributária, porque ela é feita fundamentalmente para a sociedade. Nós vamos ter eleição no segundo semestre, nosso tempo é pequeno, e não podemos frustrar mais essa tentativa", disse.

Além de Mercadante, Aécio também se reuniu hoje com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) para discutir a reforma tributária.

Segundo Tasso, os governadores tucanos devem fazer propostas de alteração para a reforma tributária. Além de Aécio, o governador de São Paulo, José Serra devem dar sugestões para aperfeiçoar a proposta.

"Nos próximos dias, vamos começar a apresentar propostas e ouvir o governador [Aécio] e pedir para colaborar e trabalhar com sua equipe nessa proposta que nós devemos estar apresentando até o final do mês", disse ele após encontro com Aécio. "Nós recebemos a proposta do governo e estamos fazendo uma crítica para fazer uma proposta alternativa do governo, crítica, e estamos pedindo a colaboração de governadores."

Para Tasso, a proposta é "tímida" e não oferece uma mudança profunda para o sistema tributário nacional. "Algumas premissas não estão colocadas e nós estamos tentando evoluir nisso aí."