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24/09/2002
-
07h06
Estagnado nas pesquisas há mais de duas semanas, o tucano José Serra decidiu fazer correções no programa de TV, interferindo nas decisões do marqueteiro de sua campanha presidencial, o publicitário Nizan Guanaes.
A Folha apurou que houve um desentendimento entre Serra e Nizan sobre a dosagem do ataque a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na TV. Nizan não gostou de Serra ter iniciado consultas a políticos, empresários e até a outros marqueteiros sobre a conveniência prática de continuar a atacar Lula pesadamente ou não.
Uma discussão teria ocorrido anteontem à noite, quando o candidato se reuniu em São Paulo com o publicitário Nelson Biondi, o coordenador de comunicação da campanha, João Roberto Vieira da Costa, e o cientista político Antônio Lavareda, que analisa pesquisas, além de Nizan.
O marqueteiro-chefe da campanha ficou contrariado com as críticas e com as consultas de Serra, vistas por como uma desautorização a seu trabalho. Tanto Nizan como Serra negaram ontem o desentendimento.
A Folha apurou que o presidente Fernando Henrique Cardoso foi acionado e intercedeu pessoalmente ontem para apaziguar os ânimos na campanha tucana.
Nizan foi o pai da estratégia de bombardeio pesado a petistas para atingir Lula, expediente criticado pela ala política da campanha _inclusive por FHC, que foi o maior fiador da entrada de Nizan na campanha de Serra.
FHC disse em conversas reservadas que foi um erro deixar o debate programático com Lula e partir para ataques diretos ao presidente do PT, o deputado José Dirceu (SP), e abordar diretamente a falta de diploma universitário do petista. Para FHC, Serra reforçou o carimbo de destruidor e não o de mais preparado.
Desde o meio da semana passada, quando aliados políticos de Serra manifestaram dúvida sobre a eficácia do bombardeio pesado a Lula, o clima começou a piorar. A última pesquisa Datafolha agravou as divergências. O levantamento mostrou aumento da chance de Lula vencer no primeiro turno. Lula subiu para 44%; Serra oscilou negativamente para 19%; Anthony Garotinho (PSB) atingiu 15% e Ciro Gomes (PPS) oscilou negativamente para 13%.
Agora, a campanha de Serra estaria dividida entre atacar mais, opção defendida por Nizan, ou fazer uma propaganda mais propositiva, sem abandonar críticas dosadas a Lula. No sábado à noite, o tucano mudou o tom adotado anteriormente e foi propositivo.
Segundo um tucano próximo a Serra, a influência do candidato sobre o programa de TV tende a aumentar. Até a semana passada, Nizan tinha praticamente carta branca devido ao cacife conquistado com a forte campanha negativa que derrubou Ciro Gomes (PPS) do segundo lugar.
Atrito negado
A assessoria de imprensa da campanha negou ter havido atrito com Nizan. Segundo os auxiliares, ocorreram "discussões normais", e o programa de TV terá mudanças "pontuais".
Nizan não foi trabalhar ontem, quando Serra e auxiliares reestruturavam o programa que vai ao ar hoje, porque está doente e febril, informou a assessoria.
Além da correção de rumos na TV, Serra concentrará os últimos dias da campanha nos três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas e Rio. Objetivo: diminuir a diferença que tem em relação a Lula e a Garotinho.
Veja também o especial Eleições 2002
Serra diverge de Nizan sobre ataques ao PT
da Folha de S.Paulo, em BrasíliaEstagnado nas pesquisas há mais de duas semanas, o tucano José Serra decidiu fazer correções no programa de TV, interferindo nas decisões do marqueteiro de sua campanha presidencial, o publicitário Nizan Guanaes.
A Folha apurou que houve um desentendimento entre Serra e Nizan sobre a dosagem do ataque a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na TV. Nizan não gostou de Serra ter iniciado consultas a políticos, empresários e até a outros marqueteiros sobre a conveniência prática de continuar a atacar Lula pesadamente ou não.
Uma discussão teria ocorrido anteontem à noite, quando o candidato se reuniu em São Paulo com o publicitário Nelson Biondi, o coordenador de comunicação da campanha, João Roberto Vieira da Costa, e o cientista político Antônio Lavareda, que analisa pesquisas, além de Nizan.
O marqueteiro-chefe da campanha ficou contrariado com as críticas e com as consultas de Serra, vistas por como uma desautorização a seu trabalho. Tanto Nizan como Serra negaram ontem o desentendimento.
A Folha apurou que o presidente Fernando Henrique Cardoso foi acionado e intercedeu pessoalmente ontem para apaziguar os ânimos na campanha tucana.
Nizan foi o pai da estratégia de bombardeio pesado a petistas para atingir Lula, expediente criticado pela ala política da campanha _inclusive por FHC, que foi o maior fiador da entrada de Nizan na campanha de Serra.
FHC disse em conversas reservadas que foi um erro deixar o debate programático com Lula e partir para ataques diretos ao presidente do PT, o deputado José Dirceu (SP), e abordar diretamente a falta de diploma universitário do petista. Para FHC, Serra reforçou o carimbo de destruidor e não o de mais preparado.
Desde o meio da semana passada, quando aliados políticos de Serra manifestaram dúvida sobre a eficácia do bombardeio pesado a Lula, o clima começou a piorar. A última pesquisa Datafolha agravou as divergências. O levantamento mostrou aumento da chance de Lula vencer no primeiro turno. Lula subiu para 44%; Serra oscilou negativamente para 19%; Anthony Garotinho (PSB) atingiu 15% e Ciro Gomes (PPS) oscilou negativamente para 13%.
Agora, a campanha de Serra estaria dividida entre atacar mais, opção defendida por Nizan, ou fazer uma propaganda mais propositiva, sem abandonar críticas dosadas a Lula. No sábado à noite, o tucano mudou o tom adotado anteriormente e foi propositivo.
Segundo um tucano próximo a Serra, a influência do candidato sobre o programa de TV tende a aumentar. Até a semana passada, Nizan tinha praticamente carta branca devido ao cacife conquistado com a forte campanha negativa que derrubou Ciro Gomes (PPS) do segundo lugar.
Atrito negado
A assessoria de imprensa da campanha negou ter havido atrito com Nizan. Segundo os auxiliares, ocorreram "discussões normais", e o programa de TV terá mudanças "pontuais".
Nizan não foi trabalhar ontem, quando Serra e auxiliares reestruturavam o programa que vai ao ar hoje, porque está doente e febril, informou a assessoria.
Além da correção de rumos na TV, Serra concentrará os últimos dias da campanha nos três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas e Rio. Objetivo: diminuir a diferença que tem em relação a Lula e a Garotinho.
Veja também o especial Eleições 2002
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