Garibaldi diz que parlamentares anteciparam disputa eleitoral com embate sobre cartões

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), criticou nesta quinta-feira o embate entre governo e oposição em torno dos cartões corporativos ao afirmar que os parlamentares anteciparam a disputa eleitoral de outubro. Segundo Garibaldi, as discussões acirradas e trocas de ofensas registradas na CPI mista (com deputados e senadores) dos Cartões Corporativos mostram que o embate pré-eleitoral já se instalou no Congresso.

"Eu acho que a campanha está começando muito cedo. Quem for provocado vai ter que responder, está no seu direito. Mas eu não acho que o clima de campanha deve se instalar. O melhor para o governo seria governar sem esse clima", afirmou.

O peemedebista disse que o fim do sigilo dos gastos da Presidência da República com cartões corporativos poderia encerrar a disputa política instalada na Casa. "Na minha opinião pessoal, para acabar essa celeuma toda, o governo deveria abrir o sigilo. Mas eu sou presidente do Congresso, não do governo."

Garibaldi defendeu que os Poderes Executivo e Legislativo tentem evitar o "clima de radicalização que não interessa a nenhum dos dois" para que as atividades do Congresso não sejam prejudicadas pela disputa política.

Bate-boca

Durante reunião da CPI dos Cartões, nesta quarta-feira, governistas e oposicionistas instalaram um clima de guerra em torno das discussões sobre o sigilo dos gastos da Presidência da República com os cartões. O senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) chegou a trocar ofensas com o senador Almeida Lima (PMDB-SE), depois que o peemedebista tentou interromper seu discurso na comissão.

Os governistas também acusaram a presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), de favorecer deputados e senadores da oposição durante a sessão. A oposição, por sua vez, levou para a comissão sorvete de tapioca com o objetivo de ironizar a tapioca comprada pelo ministro Orlando Silva (Esportes) com o cartão corporativo do governo.

A base aliada conseguiu adiar, mais uma vez, a votação dos requerimentos de quebra de sigilo. Com maioria folgada na comissão, o governistas também derrubaram a convocação da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para prestar esclarecimentos sobre o suposto dossiê montado pelo Palácio do Planalto contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por uso irregular dos cartões.