Senado pede informações a Dilma e Jorge Félix sobre cartões corporativos

Sem alarde, a Mesa Diretora do Senado aprovou nesta quinta-feira 47 requerimentos em que os senadores solicitam informações aos ministérios e órgãos ligados diretamente à Presidência da República sobre os gastos com cartões corporativos. Na lista de ministros que devem enviar dados estão Dilma Rousseff (Casa Civil) e Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional) --cujos nomes provocaram os debates ontem na CPI mista (com deputados e senadores) dos Cartões Corporativos.

Em reunião fechada, os integrantes da Mesa Diretora --que é presidida pelo senador Garibaldi Alves (PMDB-RN)-- aprovaram 38 requerimentos apresentados pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Netto (AM), e mais nove encaminhados pelo vice-líder da legenda na Casa, Álvaro Dias (PR).

Após a aprovação dos requerimentos, o regimento interno do Senado determina que sejam colhidas as assinaturas de todos os integrantes da Mesa Diretora da Casa e só depois encaminhados os documentos para os ministros e secretários --que têm status de ministro.

Na relação de requerimentos aprovados, além de Dilma e Félix, estão os ministros Luiz Dulci (Secretaria Geral), Franklin Martins (Comunicação Social), José Múcio Monteiro (Relações Institucionais), José Antônio Toffoli (Advocacia Geral da União) e Jorge Hage (Controladoria Geral da União). Todos eles são diretamente vinculados à Presidência da República.

Ontem, durante sessão da CPI, os governistas conseguiram rejeitar o requerimento que propunha a aprovação do depoimento de Dilma Rousseff. Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceram que foi montado uma operação para impedir que o requerimento fosse aprovado. Na mesma sessão foi decidido remarcar a audiência para ouvir Félix --será no dia 8 de abril.

Em meio aos embates, os ministros Tarso Genro (Justiça) e Múcio admitiram existir um levantamento minucioso com dados e números referentes aos gastos com cartões corporativos e contas do tipo 'B', que envolvem informações dos últimos anos.

Nesta quinta-feira, Virgílio encaminhou solicitação à Presidência da República na qual pede que seus gastos e de outros dois ex-ministros do governo anterior --Paulo Renato Souza (Educação) e Raul Jungmann (Reforma Agrária)-- sejam divulgados.