Publicidade
Publicidade
Ministro inaugura estátua de Edson Luiz e critica "corporativismo" das Forças Armadas
Publicidade
LUISA BELCHIOR
Colaboração para a Folha Online, no Rio
O estudante Edson Luiz Lima Souto, morto há 40 anos durante manifestação de estudantes contra a ditadura militar, foi lembrado em cerimônia na manhã desta sexta-feira no Rio. O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, inaugurou uma estátua do estudante no centro do Rio e participou de cerimônia na Casa dos Estudantes do Brasil. A mãe de Edson Luiz, Maria Souto Rocha, 84, que mora no Pará, também foi ao Rio participar da homenagem, além de amigos do estudante da época.
Cerca de 200 estudantes de movimentos estudantis como a UJS (União da Juventude Socialista), ligada ao PC do B (Partido Comunista do Brasil), participaram da homenagem. Na tarde de segunda-feira, eles fazem passeata em homenagem a Edson Luiz até a antiga sede da UNE (União Nacional dos Estudantes), no Flamengo (zona sul), onde será inaugurada a exposição de fotos "Direito à Memória e Verdade - A Ditadura no Brasil 1964-1985".
Na cerimônia, Vannuchi disse não acreditar que possa ter havido destruição dos arquivos da ditadura militar. O ministro afirmou que a Secretaria de Direitos Humanos tem o dever de assegurar a busca pelos corpos de desaparecidos durante a ditadura militar e a abertura dos arquivos oficiais da época. Embora tenha afirmado que não há resistência das Forças Armadas, ele disse haver "contradições" dentro do governo federal.
"O Estado deve uma narrativa oficial, e caberá a Justiça discutir as devidas punições", declarou. "O governo tem suas contradições, mas não houve manifestação das Forças Armadas contra a iniciativa de abrir os arquivos. O que se alega é que os arquivos não existem. Mas as Forças Armadas estão engajadas hoje nos pressupostos dos direitos humanos. Então não há porque manter essa visão corporativista e não abrir os arquivos."
A mãe do estudante declarou estar muito feliz com a homenagem. "Acho muito bom ele ter se tornado um símbolo."
Edson Luiz morreu no dia 28 de março de 1968, no restaurante Calabouço, um dos principais encontros de manifestação de estudantes da época. Na ocasião, a Polícia Militar havia entrado no local para reprimir um protesto e uma bala o atingiu.
Leia mais
- Secretaria de Direitos Humanos inaugura estátua em homenagem a Edson Luiz
- Para historiador, militância enfraqueceu os estudantes
- União indeniza 7 perseguidas por ditadura militar no Brasil
- Direito de voto feminino completa 76 anos no Brasil; saiba mais sobre essa conquista
- Oposição diz que Constituinte é passo para 3º mandato
- Projeto do PT abre brecha para rever mandato
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice