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Senador do PMDB compara Dilma com "cacarejadora"; petista reclama de preconceito
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Em discurso no plenário do Senado, o senador Mão Santa (PMDB-PI) chamou hoje a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) de "galinha cacarejadora" ao afirmar que ela prefere defender insistentemente as obras do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) do governo federal ao invés de esclarecer o vazamento de informações do suposto dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"Só há uma culpada nisso tudinho: é a ministra Dilma. Se nós formos buscar na história de Hitler, eles dizem que Goebbels [um dos principais nomes do partido nazista alemão] orientava o partido dele até uma galinha cacarejadora para ficar gritando: as obras, as obras, as obras --antes de fazer e depois. Isso aí, esse negócio de apelido é outro. Ela [Dilma] pode ser muito bem a galinha cacarejadora desse governo. A história se repete", afirmou.
A frase de Mão Santa arrancou protestos da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). A senadora disse que o peemedebista foi preconceituoso ao comparar a ministra a uma galinha. Ideli ameaçou adotar medidas "cabíveis" contra o senador, assim como a própria ministra Dilma --mas não adiantou quais serão as ações movidas pelo governo.
"Eu não vou admitir, como mulher, que no debate político trate-se qualquer mulher, por mais adversária, inimiga que seja, com esses termos aqui no plenário do Senado. Nós não estamos falando de nazista, se é o seu padrão. Nós estamos falando aqui de respeito mínimo entre homens e mulheres. Quer fazer o debate político, faça com classe e com dignidade e não utilizando baixaria", reagiu.
Ideli chegou a bater boca com Mão Santa e o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) no plenário do Senado. O senador Romeu Tuma (PTB-SP), que presidia a sessão, teve que ameaçar suspender o trabalho devido aos ânimos exaltados dos parlamentares.
"Desliguei o microfone, porque está sendo denegrida a imagem do Senado. Eu pediria calma para cada um requerer o que quiser sem agressão. Vamos agir com calma, senão vou encerrar a sessão. Não vejo razão para continuar esse estado de nervos que surgiu repentinamente", disse.
A discussão só foi encerrada depois que a senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) sugeriu que Mão Santa retirasse das notas taquigráficas do Senado a expressão "galinha cacarejadora".
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), também defendeu a retirada da expressão dos registros da Casa. "Tenho certeza de que algo que sempre marcou a presença do senador Mão Santa, nas suas freqüentes idas à tribuna da Casa, foi o respeito à mulher. Vou deixar bem claro: acho que realmente o senador deve pedir, ele próprio [para retirar a expressão]. A ministra Dilma Rousseff deve merecer de todos nós o respeito que devemos à mulher, que devemos ao ser humano, que devemos ao adversário e que devemos ao aliado", afirmou o tucano.
Procurada pela reportagem, a assessoria de Dilma não comentou a declaração de Mão Santa.
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"Segundo o parecer da Procuradoria, "com exceção das imputações feitas nas referidas representações --imputações que não se confirmaram-- não consta dos autos sequer indícios da participação da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, do ministro da Justiça Tarso Genro e do ministro Jorge Hage, da Controladoria-Geral da República, nos fatos noticiados, nenhuma prova de que partiu da primeira a ordem para a elaboração do dossiê ou para a divulgação dos dados, nem da omissão dos demais na apuração dos fatos". "
Tá bom, vou fazer de conta que eu acredito.
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Só espero que o senado barre essa aquisição do TCU. Se for eleição 50% + 1 ela tá dentro, mas se tiver que ser 2/3 do senado, temos alguma chance para que isso não ocorra.
Prefiro o Múcio, pois não é fiel a ninguém, só a ele mesmo e assim alguma falcatrua sempre sobra e nós ficamos sabendo e podemos pressionar, com a Eunice isso não aocnteceria, apenas o que fosse oposição, o que fosse da casa seria suprimido.
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