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02/10/2002 - 07h07

Philippe Reichstul é cotado para equipe petista

KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O economista e ex-banqueiro Henri Philippe Reichstul, 53, é fortemente cotado para integrar a cúpula da equipe econômica de um eventual governo do PT. Ex-presidente da Petrobras e atual membro do Conselho de Administração das Organizações Globo, pode ser ministro da Fazenda ou presidente do Banco Central, caso Luiz Inácio Lula da Silva vença a disputa presidencial.

A Folha apurou que Reichstul é considerado na cúpula do PT uma das opções mais consistentes de Lula para a economia. Ele tem trânsito entre banqueiros e grandes industriais, ajudaria a manter pontes com o PSDB e agradaria à Globo, o maior grupo de comunicação do país.

Lula teve conversas duras no final de semana com sua equipe, proibindo dirigentes do PT de aventar nomes para o eventual ministério em seus contatos com políticos, empresários e jornalistas. O candidato petista teme queimar nomes e transmitir idéia de salto alto devido à chance de vencer no primeiro turno. No entanto, sondagens são feitas por interlocutores autorizados.

Se eleito, Lula pretende anunciar uma equipe de governo para a transição, ganhando tempo para anunciar depois o ministro da Fazenda e o presidente do BC. Em caso de vitória e da persistência da crise cambial, porém, o petista poderá anunciar antes do que deseja os dois nomes mais aguardados pelo mercado.

Segundo a Folha apurou, Reichstul foi bem-aceito por banqueiros e empresários nas sondagens. É visto como homem do mercado e experiente administrador público. Até julho, era sócio do Banco Interamerican Express junto com João Sayad, atual secretário da Fazenda da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. Os dois venderam suas participações. A ligação com Sayad aproximou Reichstul do PT.

Reichstul também tem ligações históricas com o presidente Fernando Henrique Cardoso e o candidato do PSDB ao Planalto, José Serra. Ele foi um dos integrantes, por exemplo, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), entidade dirigida por FHC no regime militar.

Assumiu a Petrobras no começo de 1999 e a deixou em dezembro de 2001. Apesar da alta lucratividade da estatal em sua gestão, uma série de desastres ecológicos o minaram, e ele pediu demissão.

Globo
No início deste ano, foi para as Organizações Globo cuidar da reestruturação do grupo. Reichstul tem a confiança de João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo e um dos empresários de mídia com melhor trânsito com Lula.

O presidenciável petista julga que, até o momento, a Globo tem feito uma cobertura eleitoral equilibrada, o que considera vital para as suas chances. As relações entre o PT e a maior rede de TV do país nunca foram tão boas.

Mais: conta a favor de Reichstul a antiga militância de esquerda, admirada no PT. Pertenceu à VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), organização de esquerda fundada em 1968 por estudantes e militares para combater o regime militar. Foi preso e torturado nos anos 70. Pauline, irmã e militante da VPR, morreu sob tortura em 1973.

Além da militância de esquerda, esse francês naturalizado brasileiro participou do governo Sarney (85-90). É amigo de Sayad desde aquela época, quando ocupou a Secretaria de Controle das Empresas Estatais. Sayad era ministro do Planejamento e hoje é cotado para voltar à pasta no eventual governo Lula.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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