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02/10/2002 - 08h20

Ciro Gomes resiste à pressão por renúncia

FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Apesar de sofrer forte pressão para renunciar à sua candidatura à Presidência, Ciro Gomes (PPS) resistiu e praticamente sepultou as chances de sair da disputa.

A última investida vigorosa para que Ciro deixasse de concorrer aconteceu na segunda-feira, no escritório do presidente do PTB, deputado José Carlos Martinez (PR), em São Paulo.

Na manhã de anteontem, Martinez recebeu para uma reunião o secretário nacional do PDT, Manoel Dias, que viajara a São Paulo a mando de Leonel Brizola. Também estava presente Emerson Palmieri, o braço operacional do PTB na campanha de Ciro e homem de confiança de Martinez.

Houve contato então com o presidente nacional do PT, José Dirceu. Martinez e Manoel Dias, em nome do PTB e do PDT, mandaram informar ao dirigente petista que forçariam a renúncia de Ciro.

Queriam de José Dirceu alguma palavra sobre compensações que essas siglas teriam ao patrocinar tal operação. Dirceu ficou de dar a resposta à tarde.

Por volta de meio-dia, chegou ao escritório de Martinez o presidente licenciado da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, candidato a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes.

Paulinho foi ao local chamado por Martinez e por Manoel Dias. Ao tomar conhecimento da proposta, brincou. "Vocês combinaram isso com o Ciro?", perguntou. Ninguém tinha tido coragem de falar com o candidato.

Paulinho, Martinez e Manoel Dias concluíram que era necessário alguém ter uma conversa definitiva com Ciro. Paulinho foi eleito para a tarefa. Ficou acertado que o candidato não seria procurado à tarde. Poderia ficar nervoso, pois à noite Ciro daria uma entrevista ao vivo na TV Record.

Depois do programa, Paulinho abordou Ciro. O candidato percebeu qual era o assunto e reagiu: "Ou a gente pára por aqui ou vai brigar". A conversa foi interrompida e Paulinho saiu do local com a convicção de que a candidatura ficará mantida até o final.

Mesmo que perca, Ciro avalia que seria um desastre político uma renúncia. Ficaria com a fama de não-confiável para próximas eventuais eleições.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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