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03/10/2002 - 04h17

Nelson de Sá: Primeiro balanço

NELSON DE SÁ
Editor do Caderno Ilustrada da Folha de S.Paulo

E nquanto o debate não vem, vai ao ar hoje a última propaganda antes do primeiro turno -que pode encerrar a campanha presidencial.

De novo, Duda Mendonça e Nizan Guanaes disputaram os holofotes com seus atores. Mas um esboço de balanço do que foi esta campanha presidencial na televisão não traz o marketing em primeiro plano.

A campanha que chega ao fim se definiu, ao que parece, em três edições do Jornal Nacional, que comandou a maior cobertura eleitoral da Globo.
Na primeira edição, no dia 7 de março, o telejornal deu com destaque uma foto com pacotes de dinheiro sobre uma mesa da empresa da pefelista Roseana Sarney. E descreveu:

- Um milhão e 340 mil, em notas de 50.

Foi-se a candidata, até então em segundo lugar.

Mais alguns meses, no dia 10 de julho, e quem já ameaçava o líder Lula era José Serra. Mas veio a entrevista de dez minutos, na primeira série do JN, e tudo mudou outra vez.

Os apresentadores disseram ao tucano, diante do país, que ele tem seu nome sempre ligado a "dossiês" contra adversários -e citaram o nome de Ricardo Sérgio, lembrando que era um arrecadador e virou diretor do Banco do Brasil.

Serra caiu, Ciro foi a segundo. E chegou a vez dele.

Em 30 de agosto, o JN destacou as imagens em que Ciro fazia a "brincadeira" sobre a função de Patrícia Pillar na campanha -dormir com ele.

Acabou ali o terceiro antiLula. (Não foi a contrapropaganda tucana que tirou Ciro do jogo, avaliação equivocada que levou Serra a fazer o mesmo contra Lula, estancando seu próprio crescimento.)

Sobraram assim Garotinho e o próprio Lula.

O petista ainda foi atingido pelo telejornal, lateralmente, nas coberturas cada vez mais editorializadas sobre a violência no Rio e o assassinato de Tim Lopes, da Globo.

Ou melhor, Benedita da Silva foi atingida. Em Lula, como em teflon, nada colou.

Garotinho, que atravessou meses sob insinuações de que desistiria, também chegou a ser questionado -sobre uma fita que depois terminou esquecida pelo próprio JN.

Ele não parecia ser ameaça, como não parece ser agora, quando todo o terrorismo desta reta final é relativo ao "poder paralelo", até favorecendo, em parte, Garotinho.

O alvo ainda é Benedita _e Lula, falta ele.

*************

Para ter segundo turno, vale dizer, não é preciso abater Lula. É só conter a onda _o que, sem ataque direto, pode ser obtido freando seus apoios: Benedita, Itamar Franco etc.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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