Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/04/2008 - 22h02

MST invade fazenda no interior de São Paulo e na Bahia e bloqueia rodovias no Sul

Publicidade

da Agência Folha
Colaboração para a Agência Folha, em Presidente Prudente

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) promoveu hoje mais uma invasão de fazenda no interior de São Paulo. Segundo a Polícia Militar de Borebi (311 km a noroeste de SP), o alvo da ação foi a fazenda Santo Henrique, que pertence à indústria de citricultura Cutrale.

A invasão ocorreu por volta das 3h, duas horas depois de os sem-terra terem deixado, por determinação judicial, a fazenda Água do Pilintra, invadida há uma semana em Agudos (325 km de SP), que pertence à multinacional Ambev.

Em nota, a assessoria de imprensa da PM paulista informou que "cerca de 300 integrantes do MST, portando facões e foices, dominaram os vigias, invadiram a fazenda e montaram barracas de lona ao redor da sede da propriedade". O membro da direção estadual do MST Delveck Matheus disse que a invasão foi pacífica, sendo mais uma ação do chamado "Abril Vermelho".

O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) informou que a área integra o núcleo colonial Monção, adquirido por sentença judicial em 1909 pela União, que posteriormente foi grilada por terceiros. A propriedade tem cerca de 2.600 hectares, de acordo com o Incra.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Cutrale informou que "é proprietária de uma parte da área em questão, não da totalidade", e que "a área é produtiva e em atividade". A empresa também afirmou que estuda quais medidas serão tomadas.

Na Bahia, cerca de 500 famílias de sem-terras invadiram hoje pela manhã uma fazenda no município de Carinhanha (801 km de Salvador), segundo informações do MST.

Bloqueios

No Rio Grande do Sul, o MST realizou dois bloqueios na BR-158, em Santana do Livramento. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, os dois sentidos da pista ficaram paralisados por 40 minutos em cada ação, que foi realizada por cerca de 80 manifestantes. Eles interromperam as pistas com caminhonetes e tratores.

Miguel Stedile, da coordenação estadual do MST, afirma que os sem-terra se mobilizaram para reivindicar investimentos nos assentamentos que existem na cidade. Ele afirma que em torno de 800 famílias estão assentadas em Santana do Livramento.

Em São Gabriel (RS), os sem-terra desocuparam a fazenda Southall. Eles também saíram de acampamento no parque Harmonia, em Porto Alegre, onde estavam acampados desde ontem.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
avalie fechar
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
avalie fechar
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
avalie fechar
Comente esta reportagem Veja todos os comentários (2137)
Termos e condições
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página