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23/04/2008 - 21h42

PF indicia prefeito de Maceió por desvio de dinheiro

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SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha

O prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), foi indiciado hoje pela Polícia Federal por suposta participação em esquema de desvio de dinheiro público montado na Assembléia Legislativa de Alagoas. Ele foi deputado estadual em 2003 e 2004. Almeida deve disputar a reeleição à prefeitura neste ano.

Em depoimento hoje à PF, Almeida confirmou ter feito um empréstimo de R$ 120 mil em 2003 e disse que a dívida foi paga com cheques da Assembléia Legislativa.

Ele declarou, no entanto, que apenas emprestou o seu nome para a transação e que repassou o dinheiro para o deputado Francisco Tenório (PMN), que na época era deputado estadual. Em 2006, Tenório foi eleito para a Câmara Federal.

Segundo o delegado Janderlyer Gomes, que preside o inquérito que investiga o esquema de desvio na Assembléia, o prefeito não apresentou nenhuma documentação que comprovasse o repasse do dinheiro a Tenório.

Almeida foi indiciado sob suspeita dos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro.

À PF Almeida disse que agiu de boa-fé ao fazer o empréstimo e que, mesmo sabendo que a dívida fora paga com cheques da Assembléia, não imaginou que houvesse ilegalidade. O prefeito disse que foi orientado por um ex-presidente da Assembléia, o ex-deputado Celso Luiz (PMN), a pedir o empréstimo em nome de Tenório.

A reportagem não conseguiu falar com o prefeito nem com seu advogado após o indiciamento. O secretário de Comunicação da Prefeitura, Marcelo Firmino, confirmou o teor da declaração de Almeida à PF.

A reportagem entrou em contato com o gabinete do deputado Francisco Tenório, mas ele não respondeu à ligação até o início da noite.

O advogado Fábio Ferrário, que representa o ex-deputado Celso Luiz, disse que não conversou com seu cliente sobre o assunto, mas que ele já havia negado anteriormente que a Mesa Diretora da Assembléia tenha pago os empréstimos pessoais feitos pelos parlamentares durante sua gestão.

Dos 27 deputados estaduais de Alagoas, 13 já foram indiciados pela PF por suposta participação no esquema de desvio, cujo prejuízo chega a R$ 280 milhões. A Justiça afastou nove parlamentares do exercício do mandato, entre eles o presidente da Assembléia, Antônio Albuquerque (sem partido), acusado de ser o líder do esquema. Ele nega a acusação.

Os deputados indiciados são suspeitos de desviar dinheiro da folha de pagamento por meio de servidores fantasmas ou laranjas, de incluírem familiares ou aliados políticos na folha da Assembléia e de terem empréstimos pessoais pagos com cheques do Legislativo.

 

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