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07/10/2002
-
08h08
RENATA LO PRETE
da Folha de S.Paulo
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, pretende participar de apenas um debate televisivo durante o segundo turno. Os petistas vão propor a formação de um "pool" de emissoras para a realização do confronto. As redes Globo, Bandeirantes e Record têm debates agendados entre os dois finalistas.
Os petistas alegam que apenas 20 dias separam o primeiro do segundo turno e que Lula terá uma agenda carregada de viagens, apoiando candidatos do partido em até dez Estados.
"A campanha será muito curta. Não haverá tempo hábil para a realização de mais de um debate", afirmou à Folha o presidente nacional do PT, José Dirceu. Nos cálculos do comando petista, Lula precisaria reservar dois dias de preparação e descanso para cada um deles, o que tomaria quase um terço do período de campanha.
A proposta do PT pode inviabilizar a realização de debates, porque as emissoras e o candidato tucano, José Serra, têm interesse na realização de confrontos isolados.
Lula passou a campanha lembrando que foi o único candidato presidencial em primeiro lugar nas pesquisas a participar de todos os debates programados.
É uma referência indireta ao presidente Fernando Henrique Cardoso, que participou de apenas um debate em 1994 e de nenhum em 1998. "É bom para a democracia. Nunca houve tanto debate numa eleição como na atual. Talvez porque eu esteja na frente", declarou Lula na quinta-feira, após o debate da Rede Globo.
Com vantagem de 21 pontos sobre Serra na simulação de segundo turno -56% a 35%, de acordo com o Datafolha divulgado ontem- interessa a Lula evitar desgastes. Em tese, o tucano teria menos a perder e mais a ganhar no confronto direto com o petista.
A cúpula do partido avalia que, dos três debates do primeiro turno, Lula foi bem nos da Bandeirantes e da Record, mas cometeu falhas no da Globo. Os petistas atribuíram ao nervosismo e à pressão da reta final de campanha a performance do candidato.
O PT quer evitar críticas sobre uma possível fuga dos debates por parte de Lula. Avaliam que isso causaria prejuízos à sua imagem. Por essa razão, apontam para a limitação da agenda o motivo de tentar um acordo que permita a realização de apenas um debate.
"Pool rejeitado"
O partido vai esperar o andamento das negociações para decidir se o candidato desiste desse tipo de confronto, caso não seja possível acertar o "pool".
Ouvida na noite de ontem, a Rede Globo descartou a possibilidade de abdicar de seu debate de segundo turno, marcado para o dia 24, em benefício de um evento conjunto com outras emissoras.
"Temos certeza de que realizaremos o debate. Obtivemos hoje a palavra da direção nacional do PT de que Lula estará no programa", afirmou Carlos Henrique Schroder, diretor da Central Globo de Jornalismo. "O "pool" está fora de nossas cogitações."
A Folha apurou que, há cerca de um mês, integrantes da campanha petista apresentaram informalmente à emissora a proposta do debate único e conjunto. A idéia foi rejeitada pela Globo.
Na Record, cujo debate está agendado para o dia 21, a rejeição à idéia de programa conjunto é quase tão enfática quanto a da Globo. "Em princípio, não participaremos de "pool'", disse Dácio Nitrini, diretor da cobertura eleitoral. Segundo ele, a emissora foi procurada informalmente por assessores de Lula interessados em reduzir os número de debates.
"Pool" não interessa a ninguém além do candidato que está na frente", disse Nitrini. "É uma forma de tentar inviabilizar debates jogando a culpa nas emissoras."
A Bandeirantes, que planeja realizar no dia 16 o primeiro debate da etapa final, diz que não cogita adotar o "pool". "A posição é a de fazermos nosso debate, e as campanhas já confirmaram mais de uma vez a participação", disse Fernando Mitre, diretor-responsável do jornalismo da emissora.
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Veja também o especial Eleições 2002
PT quer apenas um debate na etapa final
PLÍNIO FRAGARENATA LO PRETE
da Folha de S.Paulo
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, pretende participar de apenas um debate televisivo durante o segundo turno. Os petistas vão propor a formação de um "pool" de emissoras para a realização do confronto. As redes Globo, Bandeirantes e Record têm debates agendados entre os dois finalistas.
Os petistas alegam que apenas 20 dias separam o primeiro do segundo turno e que Lula terá uma agenda carregada de viagens, apoiando candidatos do partido em até dez Estados.
"A campanha será muito curta. Não haverá tempo hábil para a realização de mais de um debate", afirmou à Folha o presidente nacional do PT, José Dirceu. Nos cálculos do comando petista, Lula precisaria reservar dois dias de preparação e descanso para cada um deles, o que tomaria quase um terço do período de campanha.
A proposta do PT pode inviabilizar a realização de debates, porque as emissoras e o candidato tucano, José Serra, têm interesse na realização de confrontos isolados.
Lula passou a campanha lembrando que foi o único candidato presidencial em primeiro lugar nas pesquisas a participar de todos os debates programados.
É uma referência indireta ao presidente Fernando Henrique Cardoso, que participou de apenas um debate em 1994 e de nenhum em 1998. "É bom para a democracia. Nunca houve tanto debate numa eleição como na atual. Talvez porque eu esteja na frente", declarou Lula na quinta-feira, após o debate da Rede Globo.
Com vantagem de 21 pontos sobre Serra na simulação de segundo turno -56% a 35%, de acordo com o Datafolha divulgado ontem- interessa a Lula evitar desgastes. Em tese, o tucano teria menos a perder e mais a ganhar no confronto direto com o petista.
A cúpula do partido avalia que, dos três debates do primeiro turno, Lula foi bem nos da Bandeirantes e da Record, mas cometeu falhas no da Globo. Os petistas atribuíram ao nervosismo e à pressão da reta final de campanha a performance do candidato.
O PT quer evitar críticas sobre uma possível fuga dos debates por parte de Lula. Avaliam que isso causaria prejuízos à sua imagem. Por essa razão, apontam para a limitação da agenda o motivo de tentar um acordo que permita a realização de apenas um debate.
"Pool rejeitado"
O partido vai esperar o andamento das negociações para decidir se o candidato desiste desse tipo de confronto, caso não seja possível acertar o "pool".
Ouvida na noite de ontem, a Rede Globo descartou a possibilidade de abdicar de seu debate de segundo turno, marcado para o dia 24, em benefício de um evento conjunto com outras emissoras.
"Temos certeza de que realizaremos o debate. Obtivemos hoje a palavra da direção nacional do PT de que Lula estará no programa", afirmou Carlos Henrique Schroder, diretor da Central Globo de Jornalismo. "O "pool" está fora de nossas cogitações."
A Folha apurou que, há cerca de um mês, integrantes da campanha petista apresentaram informalmente à emissora a proposta do debate único e conjunto. A idéia foi rejeitada pela Globo.
Na Record, cujo debate está agendado para o dia 21, a rejeição à idéia de programa conjunto é quase tão enfática quanto a da Globo. "Em princípio, não participaremos de "pool'", disse Dácio Nitrini, diretor da cobertura eleitoral. Segundo ele, a emissora foi procurada informalmente por assessores de Lula interessados em reduzir os número de debates.
"Pool" não interessa a ninguém além do candidato que está na frente", disse Nitrini. "É uma forma de tentar inviabilizar debates jogando a culpa nas emissoras."
A Bandeirantes, que planeja realizar no dia 16 o primeiro debate da etapa final, diz que não cogita adotar o "pool". "A posição é a de fazermos nosso debate, e as campanhas já confirmaram mais de uma vez a participação", disse Fernando Mitre, diretor-responsável do jornalismo da emissora.
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